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Outubro 30, 2024
HORTIFRÚTI/CEPEA: Balança de exportações vs importações
Enquanto alguns produtos batem recorde de escoamento, outras frutas necessitam importar a fim de suprir a demanda interna

Por Hortifrúti Brasil
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Piracicaba, 30 - A balança comercial brasileira de frutas e hortaliças frescas de 2024 está bastante distinta ao padrão histórico.

Para as frutas, dados do Comex Stat compilados e avaliados pelo Cepea mostram que as exportações deste ano (até agosto) de boa parte delas apresentam bom desempenho, mas as importações estão ainda mais intensas – mesmo diante do dólar mais valorizado frente ao Real –, contexto que vem resultando em um déficit significativo.

Dentre os envios, ressaltam-se: 

- Os embarques de limões e limas vêm renovando recordes nos últimos anos, motivados pelo crescimento da demanda europeia. Em 2024, mesmo em períodos de oferta relativamente controlada, as exportações brasileiras da fruta se mantiveram firmes – ressalta-se que a participação da exportação na produção nacional é pequena, o que significa que as vendas externas podem seguir avançando. O México, que é um grande concorrente, tem priorizado o envio aos Estados Unidos, deixando mais espaço para a fruta brasileira na Europa. Novos players como Colômbia e Vietnã, começam a embarcar ao mercado europeu, mas o Brasil segue como o principal abastecedor do bloco.

- Tendência: As exportações tendem a continuar firmes até o fim do ano, favorecidas pela demanda internacional aquecida. Porém, os preços da fruta brasileira devem subir nos últimos meses do ano, como normalmente ocorre – em decorrência da redução na oferta em São Paulo (principal estado exportador) –, o que, por sua vez, tende a reduzir a competitividade dos limões e lima no mercado externo.

 

- As exportações brasileiras de melão e melancia estão elevadas neste começo de safra 2024/25; no caso da segunda fruta, os envios são recordes, quando considerada a série histórica do Comex Stat (desde 1997). A boa demanda europeia pela fruta brasileira – resultante das menores área e produção na Espanha, principal produtor e exportador do continente – vem garantindo o bom desempenho. No geral, mesmo com o atraso no fechamento dos contratos internacionais – o que está sendo comum nas últimas campanhas –, as negociações foram positivas e garantiram, inclusive, envios da fruta durante a entressafra brasileira.

- Tendência: Espera-se que as exportações sigam a todo vapor até o fim da temporada 2024/25, com fundamento vindo da aquecida demanda europeia e da maior produção brasileira. A previsão era da atuação do La Niña nos próximos meses, o que poderia aumentar o volume de chuvas, mas esse fenômeno climático deve entrar em ação apenas no começo do ano que vem, o que pode resultar em clima favorável (quente e seco) à melonicultura. 

 

No caso dos recuos, são:

 

- As exportações brasileiras de maçã registraram em 2024 um dos piores desempenhos da história, conforme indicam dados do Comex Stat. Esse cenário se deve ao menor volume colhido na safra 2023/24 e ao perfil mais miúdo da fruta. Além disso, o clima mais chuvoso no período da colheita (início do ano) elevou a incidência de doenças fúngicas, como a glomerella, o que limitou o padrão para exportação e reforçou a diminuição dos embarques.

- Tendência: Como as exportações de maçã são concentradas no primeiro semestre, os números não devem se alterar até o fim do ano. Diante disso e do constante crescimento das importações, 2024 deve registrar forte déficit na balança comercial dessa fruta.

 

- A oferta de uvas no Vale do São Francisco (PE/BA), principal região exportadora, foi restrita de janeiro a julho, devido às chuvas ocorridas no primeiro quadrimestre do ano, que impactaram negativamente a produtividade e a qualidade. Com o baixo volume na região, os preços domésticos subiram, fator que motivou muitos exportadores a priorizarem a venda da fruta no mercado nacional, que estava remunerador.

- Tendência: Mesmo diante da menor oferta brasileira, os embarques se intensificam em setembro, com a abertura da janela de exportação do segundo semestre. Até o momento, exportadores brasileiros já relatam boa remuneração pela fruta nacional, o que gera expectativa de resultados positivos na temporada. Porém, a oferta do período pode ser inferior à usual para a época (ainda com reflexos das chuvas do primeiro semestre sobre a produtividade).

 

Para saber mais sobre a balança comercial de frutas, leia a matéria de capa completa da edição de outubro da revista Hortifruti Brasil.

Fonte: HF Brasil e Comex Stat

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