Os adolescentes (de 12 a 17 anos) precisam ter um cuidado especial na alimentação. Um estudo divulgado em julho deste ano pelo Ministério da Saúde mostra que muitos adolescentes brasileiros preferem refrigerantes a frutas (ou o suco delas).
O estudo, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) chamado ERICA (Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes), mostrou que dentre os 20 alimentos mais consumidos pelos adolescentes, as hortaliças estão apenas em 10º lugar, enquanto as frutas nem aparecem no “top 20”. Por outro lado, refrigerantes (6º lugar), doces e sobremesas (7º lugar) aparecem bem antes dos HFs.
A pesquisa foi realizada em 1.247 escolas em 124 municípios, entrevistado cerca de 75 mil estudantes. Neste estudo, ainda, foi descoberto que mais de 80% dos adolescentes consomem mais sódio do que o recomendado.
Como consequência, a pesquisa ERICA apontou que 17,1% desses jovens estão com excesso de peso, sendo que 8,4% são obesos.
A má alimentação pode ser decorrente de um fato curioso (e bem familiar): 56,6% fazem refeições “sempre ou quase sempre” em frente à televisão.
Esse comportamento pode ser reflexo, também, do perfil alimentar dos adultos brasileiros, que apesar de consumirem mais HF no dia a dia em relação aos últimos anos, a ingestão de doces e gorduras ocorre em excesso. Atualmente, 36,7% dos adultos consomem frutas e hortaliças regularmente – a proporção entre as mulheres é de 43,1% frente a 31,3% dos homens.
O Ministério da Saúde chama atenção para esses dados, já que o custo anual para a saúde pública com a obesidade é de R$ 458 milhões – a obesidade atingiu 18,9% da população em 2015.
Assim, o MS propões uma portaria de diretrizes para promoção da alimentação adequada e saudável no Brasil, a partir do guia alimentar do brasileiro. Umas das medidas é aumentar a oferta de alguns alimentos, inclusive frutas e hortaliças. Outro ponto é proibir a venda, promoção, publicidade ou propaganda de alimentos industrializados ultraprocessados com excesso de açúcar, gordura e sódio e prontos para o consumo, sobretudo para crianças e adolescentes.
Fonte: Ministério da Saúde