Piracicaba, 30 – Desde meados de maio, a redução da temperatura retraiu o consumo de alface em São Paulo e no Rio de Janeiro, pressionando as cotações. Essa desvalorização se acentuou ainda mais em junho, com o início do inverno, já que a baixa procura veio acompanhada de produções abundantes, resultando em preços abaixo do custo de produção em algumas propriedades. Mesmo para aquelas que ainda têm conseguido custear os gastos, a margem esteve bastante limitada, o que tem desanimado alfacicultores.
Em Mogi das Cruzes (SP), o preço médio da crespa caiu 27% em julho/24 frente ao mesmo mês do ano passado, mas o custo de produção aumentou em 13% no mesmo comparativo – em termos nominais. O cenário foi ainda mais preocupante em Ibiúna (SP), já que a cotação média da crespa foi de R$ 0,70/pé em julho, enquanto o custo ficou ao redor de R$ 1,00/pé, causando um prejuízo de R$ 0,30/pé. Em Teresópolis (RJ), mesmo com as margens ligeiramente positivas, o ganho dos produtores da região está limitado, o que deverá impactar diretamente no investimento em tecnologias.
As preocupações dos alfacicultores de SP e RJ se acentuam ainda mais com as previsões climáticas para os próximos meses. De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), é esperado apenas um pequeno volume de chuva para o próximo trimestre no Sudeste. Assim, o volume hídrico pode ser insuficiente e prejudicar o desenvolvimento dos pés, mesmo para as que possuem tecnologia de irrigação.
Fonte: hfbrasil.org.br