Piracicaba, 07 – Diante da pandemia do novo coronavírus, diferentes dinâmicas têm sido observadas nas exportações brasileiras de banana aos principais destinos. Enquanto os embarques para a União Europeia se reduziram no primeiro semestre, os países vizinhos se tornaram uma boa alternativa ao escoamento no período, o qual, geralmente, é marcado por maior oferta nacional de nanica – vale destacar que a "safra" da variedade teve o volume limitado neste ano, devido à seca.
De acordo com a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), os envios brasileiros de banana aos países do Mercosul somaram 39 mil toneladas no primeiro semestre (janeiro a junho), quantidade 31% superior à do mesmo período do ano passado. Ao considerar os países isoladamente, a Argentina foi a principal compradora da fruta nacional, aumentando em 56% o volume na mesma comparação. Este cenário foi favorecido por alguns problemas na produção da Bolívia e Paraguai, concorrentes do Brasil nesse mercado.
Em contrapartida, os embarques de banana à União Europeia (UE) recuaram 7% no primeiro semestre (janeiro a junho), totalizando cerca 13 mil toneladas, também segundo a Secex. Esta queda, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, pode estar relacionada à maior cautela do comprador europeu gerada pela pandemia – houve, inclusive, redução no volume de novos contratos internacionais, por conta das restrições de fluxo de pessoas e do funcionamento de estabelecimentos no bloco.
SEGUNDO SEMESTRE – As exportações brasileiras de banana ao Mercosul podem ser impactadas pela baixa oferta nacional no segundo semestre. Isso porque a produção do Norte de Santa Catarina, principal exportadora ao bloco, foi fortemente atingida por um ciclone extratropical, inviabilizando áreas. Além disso, não se espera grande produção no Vale do Ribeira (SP), também em decorrência do clima desfavorável à produção neste ano.
Fonte: hfbrasil.org.br e Secex