Piracicaba, 13 – O Rio Grande do Sul enfrenta atualmente uma catástrofe climática sem precedentes em sua história. Com 336 municípios em estado de calamidade pública devido às enchentes, segundo estima a o governo do Rio Grande do Sul, a situação é alarmante. Entre as regiões afetadas, estão Bom Jesus (que está na lista dos municípios em calamidade) e Ibiraiaras, importantes abastecedoras do mercado nacional de batata.
Em Bom Jesus, as colheitas da safra das águas estão praticamente concluídas, porém os agricultores direcionam agora seus esforços para o cultivo de batata-semente para a próxima safra. Felizmente, a maior parte dos plantios de batata ocorre na região serrana, área menos atingida pelas chuvas intensas. Apesar da preocupação com as chuvas constantes, produtores locais afirmam que não houve danos substanciais às lavouras. Entretanto, há apreensão quanto à qualidade das batatas-sementes produzidas, uma vez que os efeitos das condições climáticas podem se refletir na safra seguinte.
Por outro lado, em Ibiraiaras, a situação produtiva é mais crítica. Tradicionalmente, a região inicia as colheitas da safra das secas entre o fim de abril e o início de maio. Contudo, as adversidades climáticas têm impedido o início efetivo das colheitas. O excesso de chuva tem provocado apodrecimento de grande parte das batatas nos campos, levando os produtores a estimarem uma significativa quebra na produtividade. A extensão total dos prejuízos só será conhecida após o início efetivo das colheitas, quando os agricultores poderão avaliar o impacto real das condições climáticas sobre as plantações. As previsões meteorológicas indicam a possibilidade de novos episódios de chuvas intensas e fortes rajadas de vento no final de semana, o que pode agravar ainda mais os transtornos já enfrentados pelo Rio Grande do Sul.
NOTA: O CEPEA, que acompanha e analisa de perto as atividades do agronegócio no Rio Grande do Sul, captando as condições socioeconômicas de seus produtores rurais, neste lamentável momento de catástrofe climática, se solidariza com eles - e com a sociedade gaúcha como um todo - diante das substanciais perdas de renda e patrimonial, mas, acima de tudo, das vidas humanas sacrificadas.
Fonte: hfbrasil.org.br