Piracicaba, 24 - A safra das águas se aproxima do final, mas com aumento de oferta, situação atípica para o período e contrariando as expectativas do mercado. São duas as razões principais para este cenário. Uma delas é o aumento de área cultivada em Água Doce (SC) (que intensifica a colheita entre o meio e final da temporada), e na Chapada Diamantina (BA); a outra é o maior ritmo de colheita no Sul Minas Gerais, frente ao que é típico para o período, uma vez que as chuvas entre o final de 2022 e início de 2023 acabaram atrasando a safra. Além disso, algumas regiões vêm aumentando o cultivo da variedade orchestra, que de acordo com produtores, tem um rendimento médio de 10% a 30% maior que o da ágata. Outra razão dos preços menores em comparação ao início da safra é que as regiões que colheram no início tiveram redução de área cultivada e menor produtividade, enquanto que, agora, há aumento para os dois casos. Além disso, as batatas oriundas do Sul de Minas têm apresentado qualidade inferior. Assim, entre os dias 20 e 24/03, as cotações médias da batata tipo ágata especial/saca de 25 kg foram de R$ 52,28 no atacado de São Paulo (SP), queda de 15,26% em relação à semana anterior; de R$ 64,11 no atacado do Rio de Janeiro, desvalorização de 5,78% e de R$ 58,94 em Belo Horizonte, 6,22% menor. É válido ressaltar que o recuo mais expressivo no atacado paulista é reflexo de problemas de na qualidade de parte das batatas, o que gera uma maior amplitude dos preços. As desvalorizações só não foram maiores porque produtores da Chapada Diamantina e do Sul reduziram um pouco o ritmo de colheita nesta semana. Com a previsão de pouca chuva na próxima semana, a oferta pode aumentar ainda mais.
Fonte: HFBRASIL.ORG.BR