Piracicaba, 04 - Em decorrência das paralisações em boa parte das rodovias do País – protestos realizados desde o último domingo à noite, após o resultado das eleições presidenciais – o escoamento de batatas em território nacional foi diretamente comprometido. Na segunda-feira (31/10), colaboradores de todas as Centrais atacadistas acompanhadas pelo Hortifruti/Cepea afirmaram já notar uma diminuição na oferta do produto. No entanto, foi a partir de terça-feira (1º/11) que o mercado realmente sentiu o impacto dos bloqueios, uma vez que a quantidade de caminhões que conseguiram chegar às Centrais foi extremamente baixa. Assim, neste mesmo dia, as cotações apresentaram a maior alta da semana: +127% no atacado carioca, +106% no mineiro e +60% no paulista (em relação ao dia anterior, 31). O cenário só passou a se normalizar após a determinação do Supremo Tribunal Federal para o fim dos bloqueios em vias públicas, medida que, aos poucos, garantiu uma amenização dos protestos e, consequentemente, melhor deslocamento das mercadorias. Logo, a partir de quinta-feira (03), o volume de tubérculos disponíveis nos atacados já foi muito maior, permitindo que os preços recuassem. Diante de tais fatores, a semana finalizou com as cotações em alta: na Ceagesp (SP) a batata foi comercializada à média de R$ 118,20/saca de 25 kg, valor 57,86% maior que o da semana anterior; no Rio de Janeiro (RJ), a valorização foi de 75,07%, com os preços registrando média de R$ 122,18. Já em Belo Horizonte, os preços ficaram em R$ 140,62, aumento de 96,98% que, de acordo com atacadistas mineiros, foi mais expressivo devido à intensidade das manifestações no estado de Minas Gerais. É válido ressaltar que, além da dificuldade de escoamento, as chuvas registradas ao longo da semana nas regiões do Sudoeste Paulista (SP) e de Cristalina (GO) dificultaram as atividades de colheita, o que também contribuiu para a escassez do produto nos mercados.
Fonte: HFBRASIL.ORG.BR