Toda segunda-feira, o Banco Central (BC) divulga um relatório de mercado conhecido como Boletim Focus, trazendo as expectativas dos principais indicadores econômicos do País. Dentre estes indicadores, está o Produto Interno Bruto (PIB), que reflete as perspectivas do crescimento da economia brasileira, e o indicador de inflação Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). Assim, todo mês a HF Brasil irá analisar estes indicadores e identificar os principais impactos, positivos e negativos, para o setor hortifrutícola.
Pois bem, no mais recente Boletim Focus divulgado em 22/04, a perspectiva quanto à economia brasileira seguiu negativa, apontando para uma retração de 3,88% do PIB em 2016. Se este número se confirmar, será a maior queda desde 1990, ano em que o PIB fechou a -4,35%. Um fator positivo é que há sete semanas a inflação vem reduzindo gradativamente e tende a cair um pouco mais.
E quais os reflexos para o setor de HF? A queda da atividade econômica, aumento do índice de desemprego e a inflação em alta corroem o poder de compra do consumidor, que já começou a restringir suas compras. A retração na demanda tem sido mais observada em produtos mais caros, como as frutas e as hortaliças em formatos mini, baby e minimamente processadas. O hortifruticultor, por sua vez, ainda tem sentido pouco essa queda no consumo, porque, de forma geral, a oferta no primeiro semestre tem sido baixa, principalmente por questões climáticas. A preocupação é quanto ao segundo semestre, quando a oferta nacional de frutas e hortaliças tende a aumentar e o consumo retraído pode pressionar ainda mais a queda nos preços.
Em relação ao setor exportador de HF, o cenário econômico está mais promissor. Segundo o Focus do último dia 22, o dólar deve seguir fortalecido pelos menos até o final de 2017, estimado em R$ 4,00/US$. Este cenário, aliado à recuperação das economias europeia e norte-americana, deve estimular o redirecionamento de parte da comercialização das frutas brasileiras para o mercado internacional.