Piracicaba, 10 - Desde o fim de abril, o Rio Grande do Sul está sendo atingido por fortes chuvas, que afetaram mais de 1,3 milhão de pessoas em 428 municípios (85% dos municípios do estado), conforme o governo estadual. Em Caxias do Sul, choveu 694 mm entre o período de 22/04 a 06/05, volume esperado para os meses de janeiro a maio, segundo o Cemaden.
A tragédia climática é agravada pela persistência das chuvas nas próximas semanas, de acordo com a Climatempo - resultado da ação conjunta de um corredor de umidade vindo da Amazônia, de uma corrente intensa de ventos e de uma massa de ar quente no Sudeste e no Centro-Oeste, que impede o avanço da umidade concentrada no Sul. Ao menos, se espera que, no fim de maio, a chuva não esteja tão volumosa como as observadas até então.
Até agora, os impactos econômicos e sociais ainda não foram totalmente avaliados, o que devem levar um tempo, já que têm sido substanciais. Particularmente para o setor da cenoura, a safra de verão, que estava em andamento e deveria seguir até julho, foi impactada pelas fortes chuvas, causando perdas nas lavouras e interrompendo a atividade de colheita e o plantio da safra de inverno.
Prejuízos também foram registrados nas estradas e nas redes de distribuição de energia elétrica. Assim, algumas localidades encontram-se sem fornecimento. Como resultado, a equipe Hortifrúti/Cepea enfrentou dificuldades no contato com os produtores ao longo desta semana, impactando na amostragem e na média representativa de preços para o período. Os poucos produtores consultados passaram um valor médio de R$ 75,00/cx de 29 kg de “suja” nesta semana (06 a 10/05).
NOTA: O CEPEA, que acompanha e analisa de perto as atividades do agronegócio no Rio Grande do Sul, captando as condições socioeconômicas de seus produtores rurais, neste lamentável momento de catástrofe climática, se solidariza com eles - e com a sociedade gaúcha como um todo - diante das substanciais perdas de renda e patrimonial, mas, acima de tudo, das vidas humanas sacrificadas.
Fonte: hfbrasil.org.br