Piracicaba, 4 - Neste encerramento de novembro, os indícios de safra pequena de laranja se intensificam diante da redução no número de fábricas em operação no estado de São Paulo. Nas duas últimas temporadas, quando a oferta da fruta também já estava abaixo dos padrões normais, as grandes processadoras começavam a diminuir o ritmo das atividades apenas entre janeiro e fevereiro, período em que passaram a concentrar o esmagamento em uma ou outra unidade.
Em janeiro de 2024, apenas seis plantas estavam em operação, contra dez indústrias no mesmo período de 2023. Atualmente, apenas sete plantas permanecem em atividade, enquanto outras estão em manutenção preventiva, com previsão de retomada para o início do próximo ano. Agentes consultados pelo Cepea indicam possibilidade de ainda ter um pouco de matéria-prima para que algumas unidades sigam processando até fevereiro de 2025, mas o mês de março segue bastante incerto.
Para agravar a situação, a menor oferta está acompanhada de qualidade aquém do esperado. De acordo com colaboradores do Cepea, o ratio (relação brix/acidez) da fruta, que mede o nível de maturação e doçura, está insatisfatório. Agentes informam que as laranjas processadas recentemente apresentam ratio de 9 a 9,5, indicando uma maturação ainda verde. Esse fator tem preocupado produtores e também representantes da indústria, já que prejudica a eficiência do processamento e a qualidade do produto final.
Atualmente, são necessárias cerca de 300 caixas de 40,8 kg de laranja para produzir uma tonelada de FCOJ (suco de laranja concentrado congelado) equivalente a 66° Brix, próximo ao valor da safra 2023/24 divulgado pela CitrusBR.
Esse menor rendimento é atribuído principalmente à escassez de chuvas durante o período de desenvolvimento dos frutos, o que reduziu a quantidade de suco na fruta. Como consequência, é necessário um volume maior de laranjas para produzir a mesma quantidade de suco.
Fonte: Hfbrasil.org.br