Piracicaba, 14 – A disseminação do novo coronavírus (covid-19) tem elevado a preocupação da população quanto aos cuidados com a saúde. Neste sentido, a demanda por produtos com forte apelo ao fortalecimento da imunidade, como as frutas cítricas (devido à presença da vitamina C), se eleva. No mercado doméstico, agentes já comentam sobre a maior procura por laranja e lima ácida tahiti in natura, enquanto no exterior, as gôndolas de suco de laranja já refletem o interesse do consumidor pelo produto.
Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostram que os envios brasileiros de suco de laranja em equivalente concentrado seguem crescentes na parcial de 2019/20. Em março, especificamente, os envios a todos os destinos aumentaram em 11% frente ao mesmo mês do ano passado e em 23% frente a fevereiro/20. Ainda que haja ressalvas quanto ao volume embarcado (visto que parte deste aumento pode se tratar da transferência de estoques do Brasil para armazéns no exterior), agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea comentam que há maior procura externa pelo produto – que, além de saudável, também tem vida útil superior à das frutas in natura, o que torna sua compra mais conveniente na atual situação de isolamento social.
Considerando-se os efeitos da pandemia nos embarques da commodity brasileira, a perspectiva é de que cresçam (ou pelo menos mantenham o ritmo das temporadas anteriores) nos próximos meses, permitidos pelo alto processamento na atual safra (2019/20) e pelo aumento da demanda por parte dos principais compradores – embora ainda não seja possível prever por quanto tempo a procura deve permanecer em elevação.
Neste cenário, a maior safra do cinturão citrícola de São Paulo e do Triângulo Mineiro em 2019/20 (atualizada pelo Fundecitrus na semana passada, em 386,79 milhões de caixas), que deve repor os estoques das processadoras em junho/20, permitirá que o País seja capaz de atender à maior demanda externa nos próximos meses, apesar do período de entressafra.
Fonte: hfbrasil.org.br e Secex