Piracicaba, 31 - Duas ocorrências têm preocupado agentes da citricultura mundial: primeiro, o furacão Idalia, que atingiu o estado da Flórida (o terceiro em menos de um ano), e a divulgação do fechamento dos estoques de suco de laranja das indústrias brasileiras, que, conforme a CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos), estão no menor nível desde o início da série histórica, há 12 anos. O furacão, aparentemente, não causou danos significativos como o Ian, que atingiu a Flórida no ano passado.
Segundo a CitrusBR, o estoque final da temporada 2022/23 (em 30 de junho de 2023) foi de apenas 84,745 mil toneladas em equivalente suco concentrado, quedas de 40,7% comparado ao mesmo período da safra anterior e de 39,5% frente ao estimado pela Associação para o fechamento da temporada em agosto do ano passado. Os motivos para os números surpreendentemente baixos são o menor volume processado (devido à safra brasileira reduzida e a perdas por dificuldades na obtenção de mão de obra durante a colheita), o menor rendimento das laranjas (em partes devido ao atraso da colheita) e o aumento nas exportações de suco (principalmente aos Estados Unidos) em comparação com a temporada passada – reflexo da menor produção da Flórida. Agora, esses números em patamares críticos elevam as preocupações do setor quanto ao abastecimento mundial de suco de laranja. Isso porque a temporada atual (2023/24) não é de alta produção e não deve ser suficiente para que haja recuperação no volume armazenado pelas fábricas brasileiras.
Fonte: hfbrasil.org.br e CitrusBR