Piracicaba, 31 – A incidência do HLB nos pomares segue evoluindo no cinturão citrícola paulista e, consequentemente, exigindo um maior número de pulverizações e elevando os custos com o tratamento para o controle do vetor e com a erradicação/replantio das plantas. As estimativas indicam que os gastos exclusivos para controle do HLB podem chegar a representar quase 30% das despesas relacionadas ao manejo.
Para os modelos considerados na edição de maio da revista Hortifruti Brasil, a recomendação agronômica dos consultores baseia-se no perfil das propriedades dos Projetos 1 e 2, respectivamente, descritos nas páginas 12 e 14. A observação principal é que o modelo utilizado nos dois projetos se refere a propriedades de maior escala, o que permite fazer uma recomendação de tratamentos mais frequentes na bordadura da fazenda e um determinado número de pulverizações anuais, na área interna, nos pomares em produção. Nos pomares em formação, tanto no Projeto 1 e 2, o consenso dos consultores é de que as pulverizações devem ocorrer com frequência semanal para o combate do psilídeo nos primeiros três anos. Além disso, a rotação das moléculas para o controle do vetor tanto na área interna do pomar quanto na bordadura é importante para uma maior eficácia no controle. Já nos pomares em produção, a bordadura corresponde por 25% e 30% das respectivas áreas dos pomares dos Projetos 1 e 2. Internamente, os números médios de pulverizações anuais recomendados são de 30 para o Projeto 1 e de 26 para o Projeto 2.
As Tabelas 1 e 2 (disponíveis na edição de maio) traduzem essa recomendação agronômica em valores financeiros nas temporadas 2022 e 2023. É importante ressaltar que se tratam de um orçamento para a safra 2023/24 e de uma estimativa de custo para 2022/23. O mais importante que é o citricultor, junto com o seu consultor, realize planejamentos adequados de tratamentos e de controle para a sua propriedade. As tabelas as seguir são uma referência de gastos diante do alerta de expansão do HLB nas lavouras paulistas. Assim, o citricultor deve redobrar sua atenção nos tratos culturais, para que doença não avance, não prejudique sua produtividade e inviabilize o seu negócio – e, para isso, sem dúvida, os gastos em 2023 serão maiores que os de 2022.
A Tabela 1 refere-se ao controle do vetor e a erradicação de plantas numa região (centro-sul paulista) onde o percentual da doença é elevado. Assim, os gastos são superiores aos do Projeto 2. No entanto, os gastos de ambos os Projetos aumentaram em comparação aos estimados em 2022. Apenas considerando-se os inseticidas que visam o controle da população do psilídeo, no Projeto 1, o aumento no gasto deve ser de 56,7% em 2023 frente ao ano anterior. No caso do item erradicação e replantio, o desembolso mais que dobrou na simulação de 2023. Ressalta-se que, até o levantamento de 2022, no Projeto 1, levava-se em conta que 0,5% das plantas até sete anos eram erradicadas e replantadas ao ano e, em 2023, a taxa dobrou para 1% a.a até as plantas completarem sete anos.
Dessa forma, a evolução da doença nos pomares vem ano a ano impactando os desembolsos dos agricultores e exigindo um controle praticamente ininterrupto das pulverizações.
Apesar das recomendações técnicas, na prática, o manejo de acordo com as recomendações agronômicas não tem sido feito a contento, o que está permitindo um aumento muito elevado da incidência da doença. Assim, é importante fazer um planejamento mais adequado de controle, dado que a doença, dependendo do nível de incidência, inviabiliza a atividade no médio prazo, mesmo com a perspectiva de preços mais elevados.
Para acessar as tabelas completas de custo de produção de laranja, acesse a edição de maio da revista Hortifruti Brasil.
Fonte: hfbrasil.org.br