“Os custos não param de subir!” Essa é a conclusão de tomaticultores quando observam os valores gastos entre 2014 e 2015. Nesse período, o custo total de produção do tomate de mesa por hectare subiu 21% e, para 2016, estima-se novo reajuste de mais 15 pontos percentuais, somando 36% de alta em apenas dois anos. Como já relatado, o vilão dos custos de tomate foi o dólar em alta no período, que encareceu principalmente os defensivos e fertilizantes. Na região de Mogi Guaçu (SP), o reajuste nos preços dos insumos foi verificado em 2015 e ainda segue em 2016.
A mão de obra também continuou impulsionando fortemente os custos de produção. Além do aumento constante do salário mínimo, base para os pagamentos no setor, as bonificações têm sido reajustadas. Produtores alegam que, apesar de a oferta de mão de obra estar maior, é difícil encontrar funcionários de qualidade e confiança. Com isso, muitos vêm mantendo os melhores funcionários, por meio de estímulos financeiros. O modelo de bonificação continua sendo vinculado ao volume de produção e à receita bruta. Para os funcionários temporários, a bonificação por caixa de tomate colhida se manteve estável em 2015 frente à de 2014, em R$ 0,85. O bônus do encarregado, que é o funcionário fixo com funções diversas, teve elevação de 1,25% (em média) da receita bruta para 1,5%. Entre 2014 e 2015, os custos com mão de obra aumentaram 29% e a previsão para 2016 é de nova alta por hectare, por enquanto, estimada em 8,1% – o valor final vai depender do volume de produção e da receita obtida.
Em 2015, o gasto com irrigação também cresceu, 13% em relação a 2014, devido principalmente ao aumento da tarifa de energia elétrica – o volume de chuva foi baixo nesses dois anos. A expectativa é de que os gastos com irrigação diminuam em 2016, por conta da menor tarifa e também do clima mais favorável. O maior custo da cultura nos últimos dois anos, por sua vez, eleva a necessidade de captar mais crédito para girar o negócio. No entanto, a dificuldade de acesso ao crédito oficial e as altas das taxas de juros encareceram os custos de captação de dinheiro, que subiram expressivos 70% de 2014 para 2015.
O estudo completo sobre os custos de produção de tomate das últimas duas safras está disponível no Especial Tomate (edição de junho): https://www.hfbrasil.org.br/br/revista.aspx