Auristêmio Andrade, RTV pela Bayer Seminis na região Nordeste do Brasil, com 18 anos de experiência no setor de sementes de hortaliças e seis anos na empresa, compartilhou insights sobre o mercado de frutas, suas tendências e desafios. Ele abordou o panorama atual do mercado internacional de frutas, tendências recentes, mudanças nas preferências dos consumidores e as inovações tecnológicas que estão moldando o futuro do setor.
De acordo com Auristêmio, o mercado de frutas está em uma fase positiva e com boas perspectivas para 2024. Ele destacou que, após a pandemia, o consumo de frutas frescas ganhou força, com uma demanda crescente por praticidade e saúde. O aumento na procura por frutas menores reflete essa tendência, visto que famílias menores buscam evitar desperdício. No entanto, ele também mencionou que o mercado de frutas processadas estava em ascensão antes da pandemia, e agora, o setor começa a retomar o crescimento.
No mercado global, Auristêmio observou que frutas como uvas, mangas, mamões, melancias e melões estão em alta demanda, especialmente em países como Estados Unidos, Europa e Emirados Árabes. Ele ressaltou que o Brasil tem um papel importante ao abastecer esses mercados com frutas de alta qualidade. No entanto, os consumidores estão cada vez mais exigentes, buscando não apenas praticidade, mas também sabor e qualidade pós-colheita.
Em relação ao mercado interno, o brasileiro ainda prefere frutas grandes, com boa aparência e pós-colheita. No entanto, Auristêmio enfatizou que algumas campanhas de marketing têm tentado mudar esse comportamento, incentivando a compra de frutas de qualidade, o que abre oportunidades para crescimento.
Quando perguntado sobre as políticas comerciais e tarifárias que afetam o comércio de frutas, Auristêmio apontou que as exportações brasileiras enfrentam desafios devido às políticas protecionistas de alguns países, como os Estados Unidos, além das crescentes exigências de certificações ambientais e alimentares na Europa e no Oriente Médio. Ele também mencionou o impacto dos custos logísticos, especialmente após a pandemia, quando o frete aumentou significativamente.
A tecnologia também tem desempenhado um papel essencial no futuro do mercado de frutas, com inovações como drones, software de captura de imagem e automações nas packing houses. Segundo Auristêmio, essas ferramentas ajudam a otimizar processos e reduzir a dependência de mão de obra manual, especialmente em culturas como melão e uva. Ele acredita que o uso crescente de inteligência artificial proporcionará decisões mais assertivas no campo.
Por fim, Auristêmio compartilhou suas previsões para os próximos cinco a dez anos no setor de frutas. Ele acredita que o consumo de frutas deve crescer tanto no Brasil quanto no exterior, impulsionado pelo apelo da mídia em torno de uma alimentação saudável. Contudo, ele ressaltou que o Brasil ainda tem um grande potencial para explorar, já que o consumo de frutas pelos brasileiros é baixo em comparação com a variedade disponível. Auristêmio destacou a importância de campanhas de marketing para fomentar o consumo e divulgar a qualidade das frutas brasileiras, o que poderá abrir novas oportunidades para o setor.
Material enviado por empresa parceira da revista Hortifruti Brasil. Destaca-se que o Cepea não se responsabiliza pelas informações e opiniões expostas neste material publicado no site.