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Piracicaba, 06 – A agenda da horticultura para os próximos 20 anos tem uma demanda bastante visível: aumentar a união entre os produtores. Ainda que o agronegócio esteja em evidência como parte importante da economia brasileira, o segmento de HFs é muito específico e possui demandas diferenciadas. Desta forma, dificilmente conseguiremos êxito nestas demandas sem que estejamos unidos.
Atualmente já estamos colhendo alguns frutos, devido às ações de várias associações do setor, e nos próximos 20 anos, a velocidade da evolução deve ser ainda maior. Hoje temos muitos produtores com acesso e conhecimento do mercado internacional, o que é importante para vermos possíveis demandas futuras que teremos no Brasil, mas principalmente, adaptar estas tendências externas às especificidades do nosso País.
Temos um grande aliado que é o apelo saudável dos nossos produtos, que são recomendados por profissionais da saúde. Temos a medicina ao nosso lado! Porém, precisamos tratar a propriedade rural como uma empresa, sendo competitivos, eficientes e fazendo mais com menos, para que a atividade seja rentável ao produtor e aos outros elos da cadeia, mas sem deixar de ser acessível ao consumidor. Antes de olhar com olhos de agrônomos, temos que olhar com os olhos do consumidor!
No Brasil, um país continental, há uma grande diversidade de público, e vemos que está aumentando o número de pessoas preocupadas com o que está consumindo e quem está produzindo. Neste sentido, ganha cada vez mais importância a prática da rastreabilidade, as certificações, uma maior transparência do que é feito no campo. O consumidor quer qualidade, mas com preço justo!
Além disso, se faz necessária a organização do setor, e aumenta a importância de se unir para buscar benefícios nas pautas em comum: como agir diante de mudanças climáticas muito acentuadas, êxodo rural – menos pessoas no campo gerando alimentos para mais pessoas na cidade – e preservação do meio ambiente, que é uma pauta cada vez mais em evidência. O produtor rural sabe que precisa de água, de solo de qualidade, e muitos têm feito a lição de casa, adotando práticas mais sustentáveis na produção.
Nós, produtores, sabemos os nossos desafios. Precisamos, agora, mudar o nosso discurso no sentido de criticar a política, fazendo parte dela! Neste contexto, as associações e a união do setor vão permitir que leis sejam melhoradas e levadas às autoridades de forma séria e organizada. E por último, mas não menos importante: juntos, todos os elos da cadeia, precisam trabalhar para aumentar o consumo per capita de frutas e hortaliças. Senão, continuaremos tendo os mesmos problemas do passado.
Edson Trebeschi é diretor presidente da Trebeschi Tomates.
