Piracicaba, 07 – A demanda externa, de modo geral, tem sido alta para as frutas brasileiras. Contudo, as condições climáticas desfavoráveis no Nordeste no primeiro semestre deste ano e os desafios logísticos globais foram efeitos negativos para um melhor desempenho até o momento. Na parcial do ano (até setembro de 2022), somente os limões e limas e o avocado registraram crescimento no volume exportado, devido à boa demanda externa. Vale lembrar que, historicamente, o segundo semestre é muito melhor que o primeiro, e o setor espera uma recuperação no último trimestre de 2022. Esperamos que os números fechem perto do ano passado ou, ao menos, sem uma grande queda.
Todas as frutas brasileiras têm grande potencial no mercado internacional e são reconhecidas pela qualidade e sabor. O setor tem trabalhado intensamente pela profissionalização dos elos da cadeia produtiva para tornar esse potencial uma realidade em negócios sustentáveis. Tecnologia de produção, infraestrutura, genética, marketing e sustentabilidade são fatores críticos para competitividade, sempre trabalhados pela Abrafrutas. As “superfrutas” da Amazônia, como goiaba, atemoia, pitaia e lichia, são espécies que têm despertado o interesse dos importadores.
LOGÍSTICA – No geral, o cenário logístico, com alta dos preços do frete marítimo, está sendo um grande desafio em 2022. O setor trabalhou e continua forte neste sentido junto às empresas logísticas para superar esse desafio de escassez de contêineres e navios. Exportadores de frutas do Hemisfério Sul, inclusive, se uniram no sentido de alinhar as demandas e esforços para minimizar o problema. Houve já uma pequena queda nos preços nesse modal logístico.
PARCERIAS E ACORDOS – Outro ponto importante são as parcerias e acordos com outros países ou blocos; são fundamentais em um mercado muito regulado, que é o de frutas frescas. As últimas aberturas foram de limão para o Chile, manga para a Coreia do Sul, banana para o Egito, abacate para a Argentina e todas as frutas para Cingapura. Em fase adiantada de abertura, temos: mamão e abacate para o Chile, uva para a China e Coréia do Sul, avocado para os EUA.
Para concluir, no que diz respeito à fruticultura exportadora, existe uma expectativa muito positiva para o futuro, principalmente considerando a demanda internacional aliada à capacidade produtiva e diversidade de espécies de frutas produzidas no Brasil. Logística será sempre muito importante, pois algumas frutas são mais perecíveis e exigem cuidados na manutenção das suas qualidades. Uma organização setorial será fundamental para consolidar esse futuro virtuoso.
Jorge de Souza é gerente técnico e de projetos da Abrafrutas.