Piracicaba, 29 – De modo geral, os preços oscilam mais nas lavouras do que no varejo, e isso pode ser constatado por meio da variação dos preços nesses dois níveis de mercado. Por meio de dados próprios e do Instituto de Economia Agrícola (IEA), a Hortifruti Brasil, na edição de agosto, calculou a variação nos valores mensais de três hortaliças e quatro frutas de janeiro de 2016 a fevereiro de 2017.
Dentre elas, destaca-se a cebola, que teve oscilação de 65% no preço ao produtor e de pouco mais da metade no varejo: 34%. Isso ocorre porque o comportamento da variação dos preços agrícolas (e dos hortifrutícolas, em particular), é mais que proporcional à quantidade demandada, mas a mesma dimensão não é observada nos demais níveis de comercialização. Isto é, diante de um recuo na oferta de um determinado produto agrícola, é de se esperar um aumento nos preços nas lavouras mais que proporcional em relação aos demais elos da cadeia.
O contrário também é verdadeiro: maior disponibilidade nas lavouras deve pressionar os valores em maior proporção do que nos demais elos. Isso porque há muitos produtores comercializando para um número mais restrito de compradores, causando um efeito "funil", no qual há concentração da comercialização do produto na cadeia de comercialização até chegar ao varejo.
No geral, as variações de custos de comercialização dos compradores não são diretamente proporcionais à variação dos preços da matéria-prima agrícola. Os custos de comercialização dependem de uma série de insumos usados na comercialização (mão de obra, combustível, aluguel etc.) que apresentam uma dinâmica de ajuste de valores diferente do "sobe e desce" do produto agrícola.
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Fonte: hfbrasil.org.br