Piracicaba, 15 - Quais as previsões para o cenário econômico no Brasil e no mundo? E o impacto no setor de HF?
O PIB (Produto Interno Bruto) deve fechar em 2024 acima dos 3%, segundo projeções do Boletim Focus, do Banco Central (29/11). Em 2023, as previsões de crescimento também foram revistas para cima pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e o PIB fechou em 3,2%. Essa previsão de aumento, pelo segundo ano consecutivo, deve-se sobretudo ao maior consumo das famílias, estimulado, por sua vez, pelo menor índice de desemprego e pela ampliação dos gastos do governo.
De acordo com o IBGE, o consumo familiar cresce há 15 trimestres seguidos, enquanto os gastos do governo sobem há 14 trimestres consecutivos. É um fato a se comemorar, mas, no médio prazo, isso impacta nas contas públicas: o gasto governamental muito acima da receita acende um alerta sobre a sustentabilidade econômica do País. Até o final de 2024, as reformas propostas ainda estavam muito aquém de um ajuste robusto nas contas públicas. Se essa taxa de crescimento dos gastos x receita se mantiver, previsões indicam que o endividamento do governo pode alcançar 90% do PIB daqui a 10 anos – o atual patamar é próximo de 80%.
A fragilidade fiscal compromete as projeções econômicas já para 2025: a taxa de juros está prevista subir para acima dos 12,5%, a inflação pode ficar acima da meta (4,4%), e o PIB deve recuar para abaixo de 2% (Boletim Focus, 29/11/2024).
Não bastassem essas incertezas internas, os juros nos Estados Unidos não devem recuar tão rápido quanto se esperava, e a China apresenta dificuldades no crescimento. Assim, há um fortalecimento do dólar frente ao Real. Com esses ambientes interno e externo incertos, muitos analistas projetam o dólar acima de R$ 6 para 2025 caso o Brasil não mostre uma reforma fiscal mais robusta.
Apesar do crescente gasto do consumo das famílias no Brasil, o poder de compra ainda é limitado para boa parte da população, tendo em vista os altos patamares da inflação e dos juros. Assim, o orçamento da população fica comprometido, restringindo o consumo de frutas e hortaliças.
No entanto, o segmento de HF ainda se beneficia do apelo saudável, do ganho na agregação de valor com as melhorias nos processos de produção e de comercialização, de oportunidades no mercado externo e de avanços na tecnologia, principalmente para minimizar os danos climáticos. Uma breve discussão desses tópicos está descrita a seguir e deve nortear as projeções para 2025.
Para saber mais sobre o "Anuário 2024-2025", leia a edição de dezembro da revista Hortifruti Brasil.
Fonte: Hfbrasil.org.br