Piracicaba, 03 – Os caminhos que o tomate percorre da roça até o consumidor são variados. O estudo da equipe Hortifruti/Cepea, em parceria com o Ibrahort/CNTM (Instituto Brasileiro de Horticultura/Comissão Nacional do Tomate de Mesa) e com apoio da UPL, publicado na edição de julho da revista Hortifruti Brasil, identificou quatro modalidades principais de comercialização do tomate consumido in natura. O dimensionamento e a caracterização dessas quatro formas são importantes para a definição de políticas e ações de acordo com o nível de organização da cadeia.
A MODALIDADE 1 representa a comercialização direta com o varejo ou com o consumidor, realizada por produtores de pequena escala, os quais, muitas vezes, produzem também outras hortaliças. Esse grupo não chega a figurar entre os prioritários quando se trata de ações para o desenvolvimento da cadeia do tomate de mesa, mas tem grande relevância no âmbito da agricultura familiar e deve ser foco de programas de incentivo ao consumo da produção local – via merenda escolar e feiras de produtor.
A MODALIDADE 2 é a maior em termos de volume comercializado e está presente em todas as regiões produtoras. Esse sistema caracteriza-se pela elevada informalidade entre os elos da cadeia, dificultando protocolos que atestem a segurança e padronização do fruto. Faltam regras claras de comercialização, nem sempre sendo respeitadas as condições e preços acordados verbalmente. Há insegurança para produtores e atacadistas. É onde ainda persiste a maior presença de intermediários/corretores locais para organização da venda do produtor para os atacadistas. Esta é a modalidade que mais requer atenção dos interessados em modernizar a cadeia do tomate de mesa.
A MODALIDADE 3 refere-se à comercialização feita por produtores de escalas média e grande, alguns já classificam o tomate, é o grupo que reúne mais condições de aderir a protocolos de rastreabilidade/certificação e negociam diretamente com os atacadistas. Parte desses produtores já negociam diretamente com grandes redes. Do lado comprador, representantes de supermercados tendem a dar preferência a atacadistas que têm relação comercial direta com esse tipo de produtor.
A MODALIDADE 4, apesar de envolver volume ainda pequeno, é a que mais tem avançado em prol da modernização da cadeia. Trata-se de produtores mais estruturados que negociam diretamente com redes varejistas, atendendo critérios de qualidade combinados em contrato.
Assim, as conclusões desse grande diagnóstico apontam que as diferentes “modalidades” de comercialização do tomate do produtor até o consumidor são o ponto central para a implementação de políticas condizentes com a realidade do setor. Ou seja, quem quer entender a cadeia do tomate de mesa precisa conhecer bem as características das transações que ocorrem entre produtores, intermediários, atacadistas e varejistas, antes de definir estratégias/ações em prol da modernização do setor como um todo.
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Fonte: hfbrasil.org.br