Piracicaba, 23 – O comércio digital de alimentos esteve em ritmo acelerado em 2020 – o que, inclusive, gerou muitas dificuldades aos agentes de mercado que ainda não estavam familiarizados com esta modalidade –, ganhou ainda mais força em 2021 e vem se consolidando em 2022, sendo já hábito de boa parte da população. Conforme o relatório “A Fresh Start?”, publicado pela Fruit Logistica em junho de 2021, o e-commerce de alimentos figura entre os principais efeitos de longo prazo gerados pela pandemia sobre as vendas globais de produtos frescos.
Mesmo com o retorno dos trabalhadores aos escritórios e com a reabertura total do food service, pesquisas indicam que a população deve continuar realizando compras de forma virtual, em sites, aplicativos (como o WhatsApp), delivery, take away (compra antecipada para retirada no local) e serviços de assinatura – como é o caso dos produtos do BeGreen, um clube de assinaturas que entrega hortaliças frescas diretamente nas casas de seus clientes em diversas cidades brasileiras, de acordo com o pacote contratado (semanal ou quinzenal).
O estudo “Consumo Online no Brasil”, realizado em outubro de 2021 pela Edelman, agência global de comunicação, e encomendada pelo PayPal, aponta que um em cada quatro brasileiros pretende continuar fazendo compras on-line diariamente, mesmo após a pandemia. Antes do período de isolamento começar, em março de 2020, cerca de 35% dos brasileiros eram adeptos das compras on-line diárias ou semanais, número que saltou para 57% após 20 meses de pandemia e que deve se consolidar em 55% quando a crise sanitária se encerrar. E a categoria “alimentos e restaurantes” está no topo da lista destes consumidores, com 87,9%, seguida por “supermercados e farmácias”, com 72% dos respondentes afirmando que realizam aquisições nestes segmentos. Os motivos principais? A economia de tempo e a comodidade da experiência.
De acordo com o relatório global Omnichannel, da Kantar (atualizados até setembro/21), o desempenho do comércio eletrônico cresceu em 2021, mesmo com a maior flexibilização das medidas de isolamento. No Brasil, a penetração das vendas on-line saltou de 4% em 2019 para 13% em 2021, devido à conquista de mais clientes fiéis ao canal – pelo qual adquirem, também, alimentos e bebidas. Até mesmo consumidores mais idosos, segundo a pesquisa “Principais tendências globais de consumo 2022”, da Euromonitor International, se familiarizaram com esta modalidade de compra durante os períodos mais críticos de isolamento e, agora, sentem-se confortáveis para continuar utilizando estes serviços.
No entanto, a Kantar reforça que o consumo fora de casa já tem se recuperado, conforme a população recobra a sensação de segurança em voltar ao convívio social. Isto quer dizer que as empresas, tanto o varejo quanto os serviços de alimentação, devem repensar suas estratégias de vendas para este e para os próximos anos, direcionando-as conforme a evolução da crise sanitária e as necessidades de seus clientes, mantendo a qualidade do serviço oferecido presencial ou virtualmente.
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Fonte: hfbrasil.org.br