Piracicaba, 22 – Não é de hoje que se fala sobre a importância das reduções das perdas e dos desperdícios dos alimentos nas diferentes etapas da cadeia de abastecimento (do pós-colheita ao varejo). O termo "perda" refere-se às ineficiências na cadeia de produção, tais como a infraestrutura e logística deficientes e/ou falta de tecnologias para a produção. A definição de "desperdício" está correlacionada ao descarte intencional de produtos alimentícios apropriados para o consumo humano. E o setor de frutas e hortaliças tem estatísticas alarmantes em ambos os casos.
Segundo o relatório Fruit And Vegetables – Your Dietary Essentials, da FAO, os maiores índices de perdas se dão em países em desenvolvimento, em decorrência das faltas de tecnologia, de conhecimento dos envolvidos na cadeia e de infraestrutura. Por sua vez, o desperdício de alimentos, no varejo, está relacionado ao armazenamento inadequado e ao manuseio excessivo dos HFs nas gôndolas. O elevado nível de desperdícios é mais observado em países ricos do que nos em desenvolvimento.
As soluções para reduzir tais índices, segundo a FAO, incluem incentivos em inovação tecnológica (visando melhorar a manipulação/acondicionamento do produto), parcerias entre os setores público e privado (para apoiar uma melhor infraestrutura da cadeia de comercialização) e a capacitação aos agentes da cadeia em boas práticas de pós-colheita, em acondicionamento e manuseio do fruto. A FAO reforça, ainda, que uma ampla discussão entre exigência de qualidade com o mínimo de perdas é necessária, bem como a inclusão dos agricultores familiares, de menor escala de produção, na cadeia de comercialização dos hortifrutícolas com melhores oportunidades de mercado e mais exigentes em qualidade.
Mas a discussão de desperdícios não é só da cadeia de comercialização – há uma preocupação também do lado do consumidor. Saiba mais sobre este assunto na edição de fevereiro da revista Hortifruti Brasil, clicando aqui.
Fonte: hfbrasil.org.br e FAO/ONU