Piracicaba, 23 – O Brasil está entre os 10 maiores produtores mundiais de manga – esteve no 6º lugar no ranking da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) em 2014 (último ano com dados disponíveis). Entre 20% e 25% do volume produzido pelo Vale do São Francisco (PE/BA), principal polo exportador, é vendido ao mercado internacional e, da quantidade enviada, 74% foram destinados para a União Europeia na média dos últimos cinco anos (2012 – 2016), de acordo a Secex.
Fruta considerada exótica até tempos atrás, ela torna-se cada vez mais popular no varejo europeu, não estando presente apenas em grandes redes de supermercados. Com isso, as compras de manga pela União Europeia crescem expressivamente – entre 2006 e 2016, a alta foi de 58% – dados do Trade Helpdesk.
Um fator que chama a atenção é que, além do aumento no volume, a manga está cada vez mais valorizada no bloco europeu. De 2011 para 2016, por exemplo, o volume importado pela União Europeia subiu apenas 32,5% mas, em valor, a elevação foi de expressivos 90,2%, o que indica que o preço médio da fruta aumentou. Alguns dos motivos para a valorização, segundo o relatório de manga do CBI, de novembro de 2016, seriam a importação de variedades com maior valor agregado e a maior participação das importações por via aérea.
Em todos estes anos, o Brasil seguiu como o principal fornecedor de manga à União Europeia, e este cenário contribuiu para que a fruta ocupasse, nos últimos três anos, a posição de fruta mais exportada pelo País em receita.
A União Europeia tem preferência por variedades menos fibrosas (no caso do Brasil, palmer, kent e keitt), e uma medida já adotada e que tem contribuído para os bons envios brasileiros ao bloco europeu foi a diminuição dos plantios de tommy: no Norte de Minas, praticamente só há palmer e, no Vale do São Francisco, esta variedade já equivale a praticamente metade da área plantada, que se somada à kent e à keitt, pode chegar a 70%.
Apesar dos números positivos, o Brasil perdeu participação nas importações europeias. Enquanto o volume total comprado pela União Europeia entre 2006 e 2016 subiu 58%, as importações do Brasil subiram apenas 34,9% no período, o que significa que o País perdeu participação frente a países concorrentes.
Quer saber por que os envios brasileiros de manga não cresceram mais? Confira a resposta na edição de novembro da revista Hortifruti Brasil, clicando aqui.
Fonte: hfbrasil.org.br