Piracicaba, 28 – O tomate é a hortaliça mais consumida no País e ocupa posição de destaque nas vendas globais do fruto: o Brasil é 4° no ranking de vendas que considera os principais países americanos, europeus e asiáticos (não inclui o Oriente Médio), segundo a consultoria Euromonitor. Esse posicionamento traz também muitos desafios.
No Brasil, o consumo per capita de tomate fresco nos domicílios (principal local de consumo) e as vendas totais (varejo e mercado institucional) vêm recuando. Vários fatores pesam para essa retração: consolidação do consumo, queda do PIB per capita, mudanças de hábitos alimentares e concorrência com outros vegetais.
O enfraquecimento da economia no Brasil e ao mesmo tempo o aumento do custo (e preço) do tomate pesaram para a redução do poder de compra do fruto pelo brasileiro, principalmente nas classes de menor poder aquisitivo. Estimativas com base na última POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) do IBGE, de 2017-18, sinalizam que a demanda por tomate está mais sensível às variações de renda – principalmente nos grupos de baixa e média renda – quando comparada à situação de 2008-09. Uma queda de renda atualmente pode impactar mais negativamente no consumo de tomate do que há 10 anos.
Outra pesquisa importante que corrobora a tendência de queda do consumo do tomate no País é a “Vigitel”, realizada anualmente pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde. A pesquisa anualmente avalia o consumo de hortaliças cruas, que inclui o tomate, além da alface, couve, cenoura, chuchu, berinjela e abobrinha. Desse grupo, o tomate é o mais consumido. Essa pesquisa mostra que, desde 2016, a frequência das pessoas que regularmente consomem hortaliças cruas (em 5 ou mais dias na semana) tem recuado (para 1 a 5 dias na semana). Outro dado importante é que aqueles que consomem hortaliças com maior frequência são também os mais assíduos no consumo de frutas (5 ou mais). No mesmo sentido, são os que declararam um bom estado de saúde e prática de exercícios físicos. Por outro lado, há relação negativa, embora fraca, entre consumo de hortaliças, tabagismo e obesidade. No geral, as mulheres consomem hortaliças com mais frequência que os homens. Esse perfil revelado na pesquisa reforça a importância de serem promovidos hábitos saudáveis, incluindo a necessidade de consumo diário de hortaliças cruas.
O desafio para se recuperar o patamar de consumo/vendas do passado engloba, portanto, um conjunto de ações. São necessárias medidas para o aumento da eficiência na cadeia, visando reduzir o custo unitário do fruto, diversificação de cultivares para agregar valor às saladas e marketing para fazer visíveis ao consumidor os benefícios e sabor do tomate. As saladas frescas são cada vez mais destacadas como prato principal em restaurantes no Brasil e em vários países. Para ampliar a participação do tomate nas saladas, o sabor e a qualidade do fruto são importantes atributos que devem ser levados em conta.
Quer saber mais? Confira o estudo completo sobre os caminhos do tomate até a mesa do brasileiro na edição de julho da revista Hortifruti Brasil, clicando aqui.
Fonte: hfbrasil.org.br