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Novembro 29, 2024
HORTIFRÚTI/CEPEA: Custos sobem em patamares próximos aos da inflação em 2024
Os diferentes movimentos dos custos estiveram relacionados às especificidades de cada estrutura avaliada.

Por Hortifrúti Brasil
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HORTIFRÚTI/CEPEA: Custos sobem em patamares próximos aos da inflação em 2024 Ver fotos

Piracicaba, 29 -  Dos cinco modelos de produção avaliados nesta edição, as variações nos Custos Totais de produção por hectare em 2024 ficaram próximas da inflação na maior parte deles. Em quatro modelos, as variações foram positivas, com altas de 2,2% a 5,5%. Apenas um perfil ficou praticamente estável, com ligeira queda de 1,6%. Esses diferentes movimentos dos custos estiveram relacionados às especificidades de cada estrutura avaliada.

FERTILIZANTES: Após a acentuada alta dos preços do insumo na pandemia, seguida por significativa queda, os preços dos fertilizantes vêm oscilando desde então. Na temporada de inverno 2024, os fertilizantes estiveram mais baratos frente ao mesmo período de 2023. Dessa forma, para os quatro modelos de produção avaliados na safra de inverno, houve queda nos gastos com fertilizantes em 2024, que variaram de 7,5% a 31,4%. A razão da grande amplitude é que as variações de preços entre um e outro fertilizante também são distintas. Além disso, em alguns dos modelos de produção, houve alteração no plano nutricional. Já para a temporada das águas 2024/25 no Sul de Minas, até o momento do orçamento, os fertilizantes estavam em valorização. Com isso, o gasto por hectare é 8,3% maior que na safra 2023/24. No decorrer da safra, os preços desse insumo ainda devem ter novas variações.

DEFENSIVOS: Nos levantamentos de custos realizados em Vargem Grande do Sul (SP), houve expressivo aumento dos gastos com defensivos em 2024 frente a 2023, que variaram de 37,5% a 44,5%. No Sul de Minas Gerais, considerando-se as temporadas de inverno 2024 e de verão 2024/25, estima-se queda nos gastos com esse item em relação às safras anteriores, devido à uma mudança nos tratamentos entre uma safra e outra, em cada modelo de produção avaliado. Dessa forma, em Vargem Grande do Sul, devido aos problemas enfrentados com a qualidade da semente e com o clima, produtores, de forma geral, investiram mais em tratamentos, com produtos mais caros e que promovessem melhor vigor e resistência das plantas – além de bataticultores estarem mais capitalizados, esse aumento nos investimentos compensou, dado os elevados preços da batata no mercado. Quanto ao Sul de Minas, não houve tanta alteração nos tratamentos, e, embora alguns produtos utilizados tenham registrado cotações maiores, outros tiveram recuos.

OPERAÇÕES MECÂNICAS: Os custos com operações mecânicas são compostos pelo diesel gasto nas atividades e pelos preços de aquisição dos conjuntos. Mesmo dentro de cada modelo de produção avaliado, a amplitude nas variações foi grande em função das diferenças nos valores dos conjuntos para cada operação (a razão será dada na explicação do CARP, mais abaixo). Além disso, o preço do diesel também variou entre os modelos, conforme o período de aquisição do insumo.

IRRIGAÇÃO: Em todos os modelos de produção da temporada de inverno foram verificados aumentos nos custos com irrigação, que estiveram entre 15,5% e 18,2%. A alta significativa é atribuída às elevadas temperaturas e à escassez de chuva no período da safra, fatores que demandaram mais irrigação. Já para a temporada das águas no Sul de Minas, é mais comum não haver irrigação e, portanto, o uso desse recurso não é contemplado no estudo.

MÃO DE OBRA: O aumento dos salários foi geral, ficando, em alguns casos, próximo ao mínimo nacional ou até mesmo acima, devido à baixa disponibilidade de mão de obra. Para os modelos de colheita semimecanizado, os gastos com catação por hectare reduziram, em decorrência da menor produtividade em 2024, mas o valor recebido pelo trabalhador também foi reajustado.

CUSTOS ADMINISTRATIVOS ou CUSTOS GERAIS: Como propriamente já é descrito, é composto por uma gama geral de itens, que, por sua vez, registraram pequenas variações distintas, mas a média geral ficou próxima à inflação.

COMERCIALIZAÇÃO/BENEFICIAMENTO (LAVADORA): Houve aumento nos custos unitários com esse item em todos os modelos de mercado de mesa analisados em que a batata é ensacada. No entanto, o custo por hectare foi menor em todos eles, por conta da queda de produtividade no inverno 2024.

ARRENDAMENTO: Em Vargem Grande do Sul, houve reajuste nos valores do arrendamento, devido ao aumento na demanda por terras para plantio e para compra. Estima-se que o alqueire na região, para uma área apta ao plantio de batata, teve em 2023 um valor de mercado próximo a 300 mil Reais, subido para a casa dos 400 e 500 mil Reais em 2024, havendo negociações consolidadas nesses patamares. A elevada capitalização com a bataticultura nos últimos anos, que é a principal atividade na região, promoveu essa alta. Já no Sul de Minas, a bataticultura, embora também tenha apresentado boa rentabilidade nos últimos anos, já não tem mais tanto destaque no cultivo local como teve no passado, e, por isso, não foi verificado aumento expressiva na demanda por terras para arrendamento e compra, cenário que manteve o valor do arrendamento, tanto na safra de inverno 2024 quanto na de verão 2024/25.

CARP: Grande parte dos tratores, maquinários e veículos, tanto na temporada de inverno 2024 quanto na das águas 2024/25, vem apresentando recuo de preços frente à safra anterior, sobretudo aqueles de uso comum para culturas como soja e milho, cuja capitalização não foi boa na última safra, o que resultou em menor poder de compra para renovação da frota. No entanto, alguns maquinários específicos para batata tiveram significativo reajuste de preços, dado o bom momento que a cultura vive e, portanto, demandando mais essas máquinas específicas. A colhedora que executa o processo 100% mecanizado teve um acentuado aumento de preço em 2024 frente a 2023. Como é uma máquina bastante cara, o CARP para produtores de grande escala e para indústria em Vargem Grande do Sul aumentou, enquanto para os demais, se reduziu.

Para saber mais sobre o "Especial Batata", leia a matéria de capa completa da edição de novembro da revista Hortifruti Brasil.

Fonte: Hfbrasil.org.br

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