Piracicaba, 22 - A balança comercial brasileira de frutas e hortaliças frescas de 2024 está bastante distinta ao padrão histórico.
Para as frutas, dados do Comex Stat compilados e avaliados pelo Cepea mostram que as exportações deste ano (até agosto) de boa parte delas apresentam bom desempenho, mas as importações estão ainda mais intensas – mesmo diante do dólar mais valorizado frente ao Real –, contexto que vem resultando em um déficit significativo.
Esse cenário é atípico, tendo em vista que, quando analisada a série histórica do Comex Stat, iniciada em 1997, foram poucos os anos em que a balança comercial foi negativa – houve déficit apenas em 1997, 1998 e 2014 (considerando-se o código SH08, que inclui frutas, cascas de frutos cítricos e de melões).
O impulso às importações esteve relacionado às grandes aquisições externas de frutas que não são muito produzidas no Brasil, como pera, kiwi e frutas de caroço (ameixa, pêssego e nectarina), mas também a compras de algumas que já são fortemente produzidas por aqui, como maçã, uvas e laranja – vale lembrar que, para esta última fruta, o Brasil é o maior produtor mundial. Nestes casos, as importações aconteceram como forma de complementar a produção doméstica.
Quanto às hortaliças, segundo o Comex Stat (considerando-se o código SH07, que inclui produtos hortícolas, plantas, raízes e tubérculos, comestíveis), a balança continua deficitária, já que o Brasil é “importador líquido” desses produtos, ou seja, o País comumente compra mais fora do que exporta.
E a pergunta que fica é: essa é uma nova tendência na balança comercial de HF’s? Tudo indica que não, e uma explicação geral para esse comportamento é o impacto do clima neste ano sobre a produtividade de frutas e hortaliças nas principais regiões produtoras do Brasil.
Para saber mais sobre a balança comercial de frutas, leia a matéria de capa completa da edição de outubro da revista Hortifruti Brasil.
Fonte: HF Brasil e Comex Stat