Holambra, 24 – Neste último dia de Hortitec e de lives, a jornalista da Equipe de HF Brasil, Daiana Braga, conversou com os pesquisadores do Hortifrúti/Cepea João Paulo Deleo e Marina Marangon. Deleo e Marina fizeram um balanço do mercado de hortaliças neste primeiro semestre e trouxeram as perspectivas para o segundo.
Deleo falou sobre os desafios que produtores de batata e tomate vêm enfrentando, especialmente os relacionados aos altos custos de produção. No primeiro semestre, as menores área e produtividade acabaram elevando os preços destas hortaliças e, com isso, “mascarando” os custos altos, já que a margem foi positiva.
Para o segundo semestre, no caso do tomate, houve aumento na área com o rasteiro, mas queda na com o tomate de mesa, o que, no balanço, deve elevar a oferta. A maior disponibilidade do fruto pode enfraquecer os valores de comercialização. Quanto à batata, a área recuou um pouco em 2022, mas ela vem de maiores investimentos em anos anteriores. A produtividade pode ser superior à do ano passado, o que, consequentemente, deve elevar a oferta e pressionar as cotações do tubérculo. Esse cenário atrelado ao alto custo de produção podem limitar os ganhos do produtor.
Marina Marangon destacou que, para a cenoura, os preços recordes nos primeiros meses do ano garantiram boa rentabilidade para quem conseguiu negociar. Mesmo diante dos elevados custos, muitos produtores ainda registram margens positivas. No caso da cebola, a safra do Sul do País registrou boa produtividade e não houve incidência de doenças, contexto que favoreceu o armazenamento de bulbos e, consequentemente, o escoamento de forma escalonada, sem gerar pressão sobre os preços. Já a alface foi uma das hortaliças mais prejudicadas pelas altas dos custos e, com isso, muitos produtores limitaram os investimentos em área.
Para o segundo semestre, a perspectiva é de queda nos preços da cenoura, cebola e alface, devido ao crescimento da oferta em relação à primeira metade do ano – a produção deve ser favorecida pelo clima. No geral, contudo, a disponibilidade ainda deve ficar abaixo da verificada em anos anteriores, o que pode limitar quedas intensas nos valores. Ressalta-se que, novamente, custos elevados devem pressionar a margem no campo.
Fonte: hfbrasil.org.br