Piracicaba, 25 - De engenheira agrônoma da Esalq ao primeiro posto da Bayer Brasil, Malu, fez parte da primeira equipe da revista Hortifruti Brasil em 2002. Malu conta sua trajetória profissional até alcançar a diretoria da Bayer Brasil e avalia o setor de frutas e hortaliças nesses 20 anos.
Maria Luiza, quando estagiária da equipe Hortifruti Brasil
Hoje, presidente da Bayer Brasil
Hortifruti Brasil: Nesses 20 anos de comemoração da revista, período que coincide com a sua trajetória profissional, qual foi a contribuição da Hortifruti Brasil na sua formação?
Malu Nachreiner: Eu não venho de uma família de agricultores e o Projeto Hortifruti, pela primeira vez, me propiciou um contato muito próximo deles. Foi minha primeira experiência com o setor por meio da coleta de preços e mercado com o intuito de editar a revista. O trabalho na Equipe Hortifruti me ensinou muito como me comunicar com os produtores.
HF Brasil: Como líder atual de uma grande empresa, qual a sua recomendação para o profissional de agronomia e, em especial, para os alunos que participam hoje da equipe da Hortifruti Brasil?
Nachreiner: A primeira recomendação, que também faço aos meus estagiários, é nunca perder a curiosidade, pois ela nos ajuda muito na vida profissional. O aluno deve aproveitar plenamente as oportunidades que um programa como esse tem para oferecer. O segmento de frutas e hortaliças no Brasil é muito relevante quando se compara com os demais países do mesmo ramo. No Brasil, ele parece pequeno em área quando comparamos às commodities, como a soja. Mas toda empresa de defensivos que trabalha com HF tem o País como foco principal, dada sua extensão e diversidade. Eu gosto muito desse setor, lembro-me sempre da experiência que tive no Projeto Hortifruti.
HF Brasil: Sua percepção sobre a agricultura brasileira mudou nos últimos 20 anos, em especial, o setor de frutas e hortaliças?
Nachreiner: A agricultura mudou muito. Nos últimos 25 anos, crescemos em 50% em área plantada e 260% em produção. O ganho de produtividade foi expressivo, graças à inovação e tecnologia. É uma história de sucesso com base em inovação. No setor de HF, um dos movimentos que eu visualizo é a agricultura digital. Algumas ferramentas digitais podem ter muito mais espaço neste segmento, como a aplicação precisa de insumos com drones, entre outros.
HF Brasil: O que falta para o setor de HF avançar?
Nachreiner: Acredito que um dos desafios do setor HF é ampliar sua liquidez. As commodities têm liquidez de mercado, com grandes compradores, e isso impulsiona investimentos e área cultivada. O setor de frutas e hortaliças tem um trabalho importante a fazer que é aumentar o mercado comprador doméstico pois, sem isso, não conseguimos investir mais. Esse mesmo esforço não é só mercado doméstico, mas também externo. E para completar esse desafio, temos outro: melhorar a coordenação de mercado por meio de uma organização setorial representativa para toda cadeia.
HF Brasil: Com a experiência atual, qual sua recomendação para o Projeto/Revista Hortifruti Brasil para os próximos 20 anos?
Nachreiner: Uma empresa só é longeva se ela for relevante para o seu cliente. Quanto mais o Projeto produzir dados relevantes para a comunidade hortifrutícola, maior será sua importância. E, para isso, tem que estar próximo do produtor/leitor. O Projeto Hortifruti faz muito bem isso, pois os analistas trocam informações periodicamente com os produtores. O contato próximo do leitor permite coletar informações que são relevantes para toda a comunidade hortifrutícola. O desafio também é o próprio Projeto contribuir mais na coordenação da cadeia produtiva.
Confira a edição completa de abril, onde foi mostrada toda a trajetória da Revista Hortifruti Brasil clicando aqui.
Fonte: hfbrasil.org.br