Piracicaba, 11 – Mesmo diante de uma produtividade considerada normal, o custo total médio de produção da saca da batata beneficiada deve ultrapassar os 53 Reais em algumas regiões em 2022. No Especial Batata deste ano, a Equipe da Revista Hortifruti Brasil, do Cepea, mostra que o aumento nos custos foi verificado pelo segundo ano consecutivo em todas as praças em que o levantamento é realizado. E as razões dessa disparada nos gastos foram três:
1 – FERTILIZANTES: o valor deste item foi o que mais aumentou na planilha de custo de produção, atingindo recorde na safra de inverno de 2022. A boa notícia é que, para a temporada das águas 2022/23, verifica-se queda nos preços dos fertilizantes quando comparados aos da safra de inverno 2022 – ressalta-se, no entanto, que estes ainda estão em patamares historicamente altos, superando, inclusive, os registrados na temporada das águas de 2021/22. Em dois anos, os valores do insumo para produção de batata dobraram em praticamente todas as regiões, com casos de preços triplicando, como no Sul de Minas Gerais. Nessa praça, os custos com fertilizantes por hectare para a temporada das águas 2022/23 subiu expressivos 185% frente a 2020/21. Quanto às demais regiões produtoras de inverno, também em dois anos, o incremento foi de 152% no Sul de Minas Gerais e de 139% para a média e grande escalas de produção de Vargem Grande do Sul (SP). No Cerrado de Minas Gerais, não foi feito levantamento de custos em 2020, mas comparando com 2019, o reajuste foi de significativos 219%.
2 – ÓLEO DIESEL: Como quase tudo depende de transporte de caminhão, caminhonete ou operação mecânica que demanda o diesel, a valorização desse item influenciou fortemente os custos de produção. Os valores de outros combustíveis, como a gasolina e o etanol, se retraíram ao longo de 2022, mas os do diesel se mantiveram elevados frente aos de 2021. De acordo com os dados captados para cálculo de custo na safra de inverno apresentados nas páginas a seguir, a valorização do diesel entre 2021 e 2022 esteve entre 35% e 63% – essa disparidade se deve ao período de compra do combustível, ao volume e à região. Para a temporada das águas 2022/23, no Sul de Minas Gerais, a alta é de 31% em relação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, verifica-se queda de 8% nos preços desse combustível quando a comparação é feita entre a safra de inverno 2022 e a das águas 2022/23. Isso mostra que, embora os valores ainda estejam elevados, estes já apresentam sinais de arrefecimento.
3 – ARRENDAMENTO: Foi fortemente impulsionado pelo boom das commodities e de outras culturas. Em 2021, a alta dos custos para arrendamento de terras já havia registrado uma expressiva alta frente ao ano anterior. No presente estudo, entre a safra de inverno de 2021 e a de 2022, o reajuste ficou em 11% no Sul de Minas Gerais, em 29% em Vargem Grande do Sul e em 63% no Cerrado de Minas Gerais.
Para ver as planilhas de custo de produção e toda a análise dos dados, leia a edição de outubro da Revista Hortifruti Brasil clicando aqui.
Fonte: hfbrasil.org.br