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Outubro 19, 2023
HORTIFRUTI/CEPEA: Especial batata - Gestão sustentável
Queda nos custos sustenta rentabilidade do bataticultor em 2023

Por Hortifruti Brasil
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Piracicaba, 19 – Os preços de comercialização da batata de mesa caíram de 2022 para 2023, mas a rentabilidade da maior parte dos produtores se manteve estável. No Especial Batata 2023, a equipe da revista Hortifruti Brasil, do Cepea, mostra que esse cenário só foi possível por conta da redução dos custos de produção.

A baixa dos preços ao produtor esteve atrelada à maior oferta do tubérculo. No primeiro semestre, quando são colhidas as safras das águas e das secas, a área cultivada cresceu, sobretudo na Chapada Diamantina (BA). A região baiana, inclusive, registrou produtividade bem acima das demais praças.

No segundo semestre (parcial de julho a setembro), a queda no valor da batata de mesa foi ainda mais acentuada, sendo justificada pela concentração da colheita das secas entre o meio e final da safra. Vale lembrar que o início do plantio da safra das secas foi marcado pelo elevado volume de chuva, e a área cultivada aumentou. Assim, houve um “represamento” da colheita nos primeiros meses da safra de inverno, e, em setembro, o calor excessivo acabou intensificando a retirada da batata, resultando em elevada oferta. E, durante todo esse período, a produtividade média foi maior que a do ano passado.

Em Vargem Grande do Sul (SP), no período do inverno, o produtor de grande escala de produção registrou em 2023 redução de 10,4% nos custos totais por hectare frente ao ano anterior. Por saca colhida, a queda foi ainda maior, de 16,4%, devido ao aumento na produtividade do período, de 7,2%. Os preços na região, ponderados pelo calendário de colheita, caíram 15,8% de julho a setembro de 2023 frente ao mesmo período do ano passado. Assim, a rentabilidade do bataticultor apresentou ligeiro aumento de 2022 para 2023, passando de 25% para 25,8%.  

Para o produtor de média escala de produção de Vargem Grande do Sul, o resultado foi muito parecido, pois os custos de produção por hectare caíram 8,5% e os por saca, 14,6% (a produtividade média atingida por este produtor foi a mesma nos dois anos). Considerando-se os preços médios da região (mesmos valores dos de grande escala de produção), a rentabilidade em 2023 (-0,3%) foi apenas um pouco menor que a registrada em 2022 (1,1%).

Já para o Sul de Minas Gerais, na temporada de inverno 2023, os custos totais de produção recuaram 7% frente a 2022, tanto por hectare quanto por saca, já que a produtividade se manteve estável nos últimos dois anos. Os preços pagos ao produtor, ponderados pelo calendário de colheita e classificação, tiveram queda de 15,9%. Dessa forma, a rentabilidade em 2023 foi de 1,2%, ficando abaixo da de 2022 (de 11,4%), mas, ainda assim, positiva.

Para os produtores das duas regiões (Vargem Grande do Sul e do Sul de Minas), a rentabilidade média tende a melhorar no balanço final da safra 2023 frente ao resultado apresentado na edição de outubro da revista Hortifruti Brasil, já que ainda há uma parcela da produção para ser colhida em outubro, e os preços de negociação podem se recuperar frente aos de setembro.

Para a temporada das águas 2023/24 da região mineira – que, até o momento da apuração dos custos, estava em fase de início de plantio –, estima-se queda de 9% nos gastos totais de produção por hectare. Se a produtividade na safra for mantida, a rentabilidade pode até superar à de 2022/23, já que a perspectiva é de que os preços se sustentem ao longo da temporada. E, mesmo que a área cultivada cresça, a produtividade, sobretudo no Sul do País, tende a ser menor, devido aos impactos negativos do El Niño (clima mais chuvoso) sobre a produção do tubérculo.

Saiba mais sobre os custos de produção de batata lendo a matéria de capa da edição de outubro da revista Hortifruti Brasil.

 

Fonte: hfbrasil.org.br

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