Piracicaba, 1° – As variações na produtividade são um comportamento típico na citricultura paulista. No entanto, desde 2016/17, com a retomada dos investimentos em novos pomares mais adensados, aliados à intensificação do manejo fitossanitário, observa-se oscilação de produtividade ainda maior entre as safras.
Algumas temporadas têm registrado médias superiores a 1.000 cx/ha, seguidas de outras com significativas quedas. Esta safra não será diferente: a mais recente estimativa do Fundecitrus manteve essa tendência. A produtividade média da temporada 2020/21 deve cair para 790 cx/ha, após o recorde de 1.045 cx/ha em 2019/20.
Essas mudanças de uma safra para outra, no geral, têm sido atribuídas ao clima adverso na florada e/ou no desenvolvimento dos frutos. A temporada 2020/21 é um exemplo do impacto do clima na queda da produtividade.
CLIMA – De forma geral, a seca registrada entre o fim do outono e início do inverno de 2019 favoreceu o estresse hídrico das plantas. As precipitações ocorridas em São Paulo no início de agosto possibilitaram a abertura das primeiras floradas – as quais foram consideradas volumosas em plantas novas e em pomares com sistema de irrigação.
Em setembro/19, contudo, as altas temperaturas e o clima seco em outubro no estado paulista debilitaram e atrasaram o desenvolvimento das plantas – justamente no período de fixação dos frutos, bastante crítico e influenciado pela disponibilidade de água no solo, pela temperatura e pela umidade do ar. Até mesmo em pomares irrigados foi verificada quebra de produtividade nesta temporada.
As chuvas registradas em novembro do ano passado favoreceram a abertura de novas floradas em alguns pomares no início de dezembro, principalmente das variedades tardias e de meia-estação. Contudo, segundo citricultores, estas cargas foram pontuais e inferiores às floradas principais. Assim, segundo a estimativa do Fundecitrus, a safra 2020/21 (São Paulo e Triângulo Mineiro) deve recuar 26% em relação à anterior, totalizando 287,76 milhões de caixas de 40,8 kg.
REFLEXOS – Esse cenário de oscilações no rendimento e também de outros fatores externos, dependendo da intensidade, pode inviabilizar economicamente a citricultura, já que, mesmo com todos os investimentos para se obter elevadas produtividades, o pomar pode não alcançar todo esse potencial. Assim, nem sempre os altos investimentos na citricultura vão conseguir extrair a máxima produtividade potencial, dependendo das condições climáticas, por exemplo.
No Especial Citros 2020, a equipe da Hortifruti Brasil realizou uma atualização dos custos de produção de dois modelos de propriedades citrícolas e avalia o mínimo de produtividade dessas fazendas que é importante de se extrair dos pomares para remunerar os altos investimentos na citricultura. Esse indicador é denominado pelo Cepea como produtividade de nivelamento.
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Fonte: hfbrasil.org.br