Piracicaba, 23 – A alta nos custos de produção na agropecuária nacional foi expressiva em 2021, impulsionada especialmente pelo câmbio e pela maior demanda por insumos. Neste caso, o dólar valorizado tornou a exportação de commodities bastante atrativa, o que, por sua vez, elevou com força a demanda por insumos. E, no Especial Hortaliças 2021, apresentado na edição de junho da revista Hortifruti Brasil, fica evidente que produtores de tomate e de cebola também enfrentam essa intensa inflação dos custos.
No caso do tomate, foram avaliadas a pequena e grande escalas de produção em Caçador (SC). Além disso, foi feita uma apuração na região de Mogi Guaçu (SP) da última safra encerrada de tomate (2020) e uma estimativa para a produção que está em curso (2021). Quanto à cebola, dados da safra 2020/21 foram levantados em Lebon Régis (SC) e comparados com os custos de 2018/19, já que não houve apuração para a temporada 2019/20.
FERTILIZANTE, O VILÃO DA ALTA DOS CUSTOS – Dentre os insumos utilizados nestas culturas, a valorização dos fertilizantes se destaca. A alta no preço desse produto, por sua vez, esteve atrelada, especialmente, ao dólar e ao petróleo em elevados patamares e às demandas nacional e internacional bastante aquecidas, sobretudo por fosfatos. Assim, em todas as regiões levantadas pelo Cepea, exceto para a grande escala de Caçador, o aumento dos gastos com fertilizantes foi expressivo.
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS TÊM ALTA MENOS EXPRESSIVA – A alta nos preços dos defensivos foi menos acentuada do que a observada para os fertilizantes. Isso porque a precificação dos fertilizantes é mais sensível à variação do dólar do que a dos defensivos. Nesse sentido, muitas vezes, desvalorizações na moeda norte-americana podem resultar em quedas nos preços dos fertilizantes, mas não em recuos nos dos defensivos.
DÓLAR TAMBÉM ENCARECE MÁQUINAS E IMPLEMENTOS – O dólar valorizado elevou o custo fixo das propriedades levantadas pelo Cepea, calculado nesta edição pelo indicador CARP (Custo Anual de Recuperação do Patrimônio). Isso porque, como boa parte das peças e/ou máquinas e implementos agrícolas é importada, a elevação nos preços desses itens tem sido bastante forte. Mesmo para os componentes nacionais, o aumento dos custos para a fabricação foi repassado ao produto final. Além disso, a maior demanda por máquinas e implementos agrícolas, especialmente por parte de produtores de grãos, reforçou o movimento de alta nos preços desses insumos. A valorização da moeda norte-americana, somada às altas do petróleo e à inflação, também elevou os gastos com outros itens que compõem os custos de produção, apesar do menor peso de tais componentes sobre o custo total. Apenas alguns itens apresentaram redução nos gastos.
Quer saber mais? Confira o levantamento completo, por região, na edição de junho da revista Hortifruti Brasil, clicando aqui.
Fonte: hfbrasil.org.br