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Março 21, 2024
HORTIFRUTI/CEPEA: Evolução do consumo no Brasil - anos 2000 até 2040
Perfil foi mudando ao longo das décadas

Por Hortifruti Brasil
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HORTIFRUTI/CEPEA: Evolução do consumo no Brasil - anos 2000 até 2040 Ver fotos

Piracicaba, 21 – Evolução do consumo no Brasil – anos 2000 a 2040:

 

 

 

 

 

DÉCADA 2000: A ERA DA CONVENIÊNCIA - Houve a popularização do consumo de refeições prontas e industrializadas, tanto dentro como fora do lar, afetando o setor de frutas e hortaliças. Conforme os dados da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), realizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2002-2003 o percentual de despesas monetárias em relação a alimentação fora de casa era de 24,1% (rural e urbana), enquanto que na POF de 2008-2009, essa porcentagem avançou para 33,1%. Além do aumento dos gastos fora do lar, houve um aumento do consumo dos produtos in natura e o aumento dos processados e ultraprocessados. Vale ressaltar que as quedas no consumo ocorreram de maneira mais brusca entre 2002-2003 para 2008-2009, do que de 2008/09 para 2017/18.

 

 

 

DÉCADA 2010: O DESPERTAR COM A COMIDA DE VERDADE - As redes sociais foram as plataformas digitais que deram voz ao consumidor nesta década, com a popularização do Facebook, Twitter e Instagram. As pessoas começaram a dar sua opinião a respeito do que consumiam. A década também é marcada pelo “marketing de influência” com o boom de influenciadores digitais com milhares de seguidores dizendo o que faz bem para eles, chamando a atenção das grandes marcas. Outro grande marco dessa década foi em relação à preocupação com o que se come diante da variedade de alimentos prontos, nem sempre saudáveis. É o despertar da “comida “de verdade”, aquela conhecida como “comida da vovó”, que é como defende o “Guia Alimentar para a População Brasileira”, lançado em 2014 e elaborado pelo Ministério da Saúde (MS) em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP), com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/Brasil) e coordenado pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP). De repercussão modesta no Brasil, o Guia Alimentar brasileiro foi bastante elogiado lá fora por especialistas em nutrição. A revista norte-americana World Nutrition, uma das mais respeitadas publicações na área, publicou o trabalho liderado pelo professor Carlos Monteiro e ressaltou: “os Estados Unidos precisam seguir o exemplo do Brasil: parar de falar sobre nutrientes e começar a falar sobre comida”. O Guia fez tanto sucesso que foi considerado pelo portal Vox.com como o “melhor guia nutricional do mundo”. A “regra de ouro” do Guia é preferível “sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados”. O Guia recomenda a preparação de refeições com base em alimentos frescos – e aqui as frutas e hortaliças são as estrelas! – e minimamente processados, e condena o consumo de alimentos processados e ultraprocessados. Durante a quarentena, o consumidor brasileiro passou por mudanças, moldadas especialmente em preocupações relacionadas à saúde, à segurança e a finanças. No caso do setor de HF, o destaque foi o maior consumo no varejo, em decorrência da busca por saudabilidade e do aumento das refeições no lar. Porém, não foram apenas essas transformações que ocorreram

 

CONSUMO HOJE (ANOS 2020): PREOCUPAÇÃO COM A SAÚDE DAS PESSOAS E DO PLANETA - A década já começou com a pandemia de covid-19 declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março de 2020, gerando grandes mudanças no comportamento e no consumo da população global. No caso do setor de HF, o destaque foi o maior consumo no varejo, em decorrência da busca por saudabilidade e do aumento das refeições no lar, diante das restrições impostas no primeiro ano da pandemia. A preocupação com a própria saúde e o consumo de alimentos que fortalecem a imunidade, tendências de uma vida mais saudável, adesão e pesquisa quanto aos “alimentos funcionais”, foram fortemente levadas em consideração. Ao mesmo tempo, em momentos de maior privação, a busca por alimentos que trazem prazer, como os indulgentes, como salgadinhos, alimentos ultraprocessados e doces, foram consumidos como uma forma de “recompensa”. De qualquer forma, o olhar crítico dos consumidores está amadurecendo cada vez mais, principalmente com a facilidade de buscar e encontrar informações sobre o que se come. Hábitos mais próximos aos que eram décadas atrás estão sendo retomados, junto à evolução das tecnologias - aplicativos de delivery, facilidades nos meios de pagamento e uso de inteligência artificial. Integração e comprometimento em toda a cadeia agroindustrial será o principal fator decisivo para metas como: redução do desperdício de alimentos, melhora dos perfis nutritivos, aumento do tempo de vida (shelf life) dos produtos, gestão e uso dos recursos da natureza de maneira sustentável, sendo essas metas pré-estabelecidas pela FAO/ONU, em seu relatório “Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. As pessoas serão cada vez mais confrontadas com a realidade de sobrevivência em um novo contexto de contrastes climáticos, tendência que deve ser a prioridade nas próximas décadas. O clima terá um impacto nos relacionamentos interpessoais à medida que consumidores perceberem a fragilidade do planeta.

 

 

ATÉ 2040: SUSTENTABILIDADE COLETIVA - As questões ambientais continuam a ser prioridade nos próximos anos. O consumidor acredita que ações sustentáveis individuais não são suficientes e já está transferindo a responsabilidade para as grandes empresas e os órgãos governamentais. Em relação às expectativas para o futuro, a Fiesp aponta em seu relatório “Macrotendências Mundiais até 2040”, publicado em 2022, e abrange temas como alimentação e sustentabilidade. De acordo com a Federação, o cenário de consumo e de produção deve se adequar principalmente aos fatores de sustentabilidade e em relação aos impactos climáticos que já estão afetando o planeta, buscando formas de se adaptar a eles. O uso de inteligência artificial pode se tornar uma ferramenta para melhorar a eficiência dos processos da cadeia de alimentos. O avanço das tecnologias e a similaridade com as carnes animais permitirão que produtos à base de plantas se consolidem cada vez mais como opções no varejo.

 

 

 

Para saber mais sobre as tendências de consumo no Brasil, leia a matéria de capa completa da edição de março da revista Hortifruti Brasil.

Fonte: hfbrasil.org.br

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