Piracicaba, 14 – Afinal, o consumo de hortifrúti tem sido maior durante a pandemia de covid-19? Esta é uma pergunta difícil de responder! Ainda que algumas pesquisas indiquem aumento nas vendas de frutas e hortaliças nos supermercados brasileiros, não há informações precisas que confirmem se este crescimento teria compensado a queda na demanda no food service, escolas, hotéis e nas vendas diretas (feiras de produtores).
Além disso, é importante considerar que, mesmo no varejo, a demanda por frutas e hortaliças mudou ao longo dos quatro meses de quarentena, como demonstrado na edição de agosto da revista Hortifruti Brasil. Em alguns períodos, houve maior evidência do apelo saudável ditando as ações de consumo, mas há indícios de que a saudabilidade foi se perdendo com o andamento da pandemia.
Considerando-se os 13 hortifrútis acompanhados pela Hortifruti Brasil, de um modo geral, a oferta não foi elevada na maior parte do primeiro semestre. Assim, apesar de muitos hortifrútis terem registrado preços superiores aos verificados no mesmo período do ano passado, produtores acreditam que, diante da baixa oferta, os valores poderiam ter sido maiores caso a demanda nacional fosse significativa.
Para os próximos meses, colaboradores do Hortifruti/Cepea se mostram preocupados, já que a maioria das frutas e hortaliças acompanhadas deve registrar aumento de oferta frente ao primeiro semestre, ao passo que o poder de compra de muitos consumidores estará menor. O alento vem do fato de a alimentação ser um gasto essencial e do apelo saudável dos HF's. Além disso, as hortaliças e algumas das frutas acompanhadas pela equipe apresentam preços mais acessíveis, podendo ser priorizadas na cesta do consumidor.
No pós-quarentena, a busca por um estilo de vida saudável deve persistir, podendo ser até mais evidente que nos últimos anos. A diferença é que, provavelmente, o setor precisará inovar e tomar ações mais audaciosas, como melhorar o comércio eletrônico de frutas e hortaliças no varejo e ampliar as opções de alimentos práticos (como os minimamente processados).
Ainda, será muito importante transmitir segurança ao consumidor, especialmente por conta do maior manuseio. Por um tempo, também devem persistir as preocupações com o segmento de food service, principalmente os restaurantes por quilo, diante das restrições sanitárias de funcionamento e de uma retomada ainda lenta dos consumidores a esses locais.
Assim, é importante que o produtor trabalhe com parcerias mais efetivas com supermercados e hipermercados. Muitos varejos, contudo, ainda têm limitações em trabalhar com o segmento de produtos frescos e poucos têm funcionários treinados para a exposição correta dos produtos. A diferença nas vendas no varejo especializado em HF's e o convencional é muito elevada, sendo necessário trabalhar de forma conjunta em modelos mais inovadores de venda.
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Fonte: hfbrasil.org.br