Piracicaba, 06 – Dentre as principais atividades agrícolas (desconsiderando pecuária e floresta) no Brasil, os hortifrútis são destaque em número de propriedades geridas por mulheres, seguidos pelas grandes culturas, como grãos, cereais e cana-de-açúcar, e as perenes, como café e cacau. No geral, esse resultado é proporcional ao número total de propriedades – destaca-se, neste caso, que há um número muito maior de propriedades brasileiras com hortaliças e frutas do que com grandes culturas.
Na hortifruticultura, a participação média da mulher (masculina versus feminina) está levemente acima do percentual da agricultura como um todo. Esta maior participação, por sua vez, corresponde especialmente às culturas temporárias do grupo do HF (abacaxi, abóbora, alho, batata-inglesa, cebola, melancia, melão e tomate rasteiro) – 24% desses estabelecimentos são geridos por mulheres.
É importante destacar que boa parte das propriedades de HF comandadas por mulheres é de baixa escala de produção, cenário em que a mulher se casa com outra pessoa do setor e se mantém na atividade com comando compartilhado.
Mas, seja por necessidade, por falta de oportunidade ou mesmo por opção, as mulheres estão auxiliando na modernização do setor de frutas e hortaliças. Elas podem contribuir para o avanço do setor, tendo em vista a maior escolaridade, a abertura à inovação e à comunicação. Em estudo realizado pela Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), em 2017, as líderes rurais declararam maior disposição às atividades de gestão e negociação. No entanto, ainda há muitos desafios, como uma maior capacitação das mulheres na área de liderança, além da falta de confiança dos demais envolvidos (funcionários ou dos próprios familiares) e dificuldades quanto aos processos de sucessão familiar.
Confira os relatos das entrevistadas pela revista Hortifruti Brasil na edição de março, clicando aqui.
Fonte: hfbrasil.org.br