Piracicaba, 23 – Em 2024, a importação brasileira de frutas frescas foi recorde em volume e em receita. De fato, considerando os dados do Comex Stat, que englobam frutas frescas, cascas de frutos cítricos e melões, as importações ultrapassaram 725 mil toneladas, volume 31% superior ao registrado em 2023 e maior valor de toda a série histórica de dados do Comex Stat, iniciada em 1997. Do mesmo modo, o gasto do no período também foi o maior valor já registrado, com a movimentação de pouco mais de US$ 1 bilhão (valor FOB).
Os principais produtos responsáveis por esse avanço das importações foram as maçãs, em cerca de 40% do gasto do País no período. A principal razão para a maior entrada dessas frutas no Brasil se deve ao excesso de chuvas na região Sul do País em 2023 e que impactou na florada e no desenvolvimento dos frutos da safra 2023/24, gerando, assim, uma quebra significativa de produção no ano passado.
Todavia, vale destacar que, mesmo com resultados recordes das importações, o Brasil também apresentou boas exportações no ano passado. Em 2024, foram enviadas cerca de 1 milhão de toneladas de frutas, gerando pouco mais de US$ 1,2 bilhão (valor FOB), segundo o Comex Stat. O desempenho positivo dos embarques ao exterior foi impulsionado principalmente pelos bons envios de mangas, limões, limas e melões. Assim, a balança comercial brasileira de frutas frescas em 2024 registrou em um superávit de pouco mais de US$ 150 milhões (valor FOB).
Por fim, para 2025, as perspectivas quanto ao desempenho da balança comercial brasileira tendem a ser mais positivas, já que o dólar valorizado torna o mercado internacional mais atrativo aos exportadores de frutas. Além disso, para algumas culturas, que enfrentaram problemas produtivos internos no ano passado, pode haver uma recuperação da produção neste ano, mesmo que parcial, como é o caso da maçã brasileira. Deste modo, o desdobramento das negociações em 2025 pode gerar um superávit mais positivo ao Brasil frente o observado no ano passado.
De fato, com a recuperação parcial dos pomares de maçã na região Sul, pode ser que haja menor entrada externa da fruta no Brasil. Além disso, a demanda europeia, principalmente por manga, melões e melancias deve se manter favorável, contribuindo com os embarques nacionais ao continente. Outro fator que vale destaque é a valorização cambial: com a alta das cotações do dólar ante o Real, o mercado internacional tende a se tornar mais atrativo aos produtores brasileiros, sendo o principal canal de comercialização àqueles que buscam margens mais atrativas e melhores resultados.
Fonte: hfbrasil.org.br & ComexStat