Piracicaba, 31 – O estudo do Especial Batata, publicado em outubro na revista Hortifruti Brasil, ainda é preliminar. São necessários mais anos para comparar a viabilidade da batata in natura com a de processamento. Porém, há alguns aprendizados importantes quanto à gestão das propriedades e o futuro do mercado de batata no País.
GESTÃO DA ATIVIDADE: O que se pode observar neste Especial é que, conforme aumentam a escala de produção e a integração dos processos produtivos (semente própria) e comerciais (beneficiamento próprio), há um ganho importante na redução dos custos. Além disso, produzir no período de inverno reduz de forma significativa os custos na comparação com o verão, sobretudo pela maior produtividade. Assim, seja para a produção destinada ao mercado ou para a indústria, quanto mais integrada, mecanizada e adequadamente dimensionada em termos de custos fixos (maquinários, implementos e benfeitorias), menores são os custos unitários.
PRODUÇÃO INDUSTRIAL TEM MARGEM MENOR E MENOS RISCOS: Um valor mais estável de um produto agrícola sinaliza risco menor e, consequentemente, margens médias de comercialização menores. Esse é o perfil de mercado que o produtor deve ter em mente quando se planeja negociar contratos com a indústria. Por outro lado, quando o produtor oferta no mercado fresco, ele está sujeito a grandes oscilações de preço, podendo ter grandes lucros, ou prejuízos. Para quem atua no segmento fresco, saber gerenciar risco de preços é essencial. Assim, neste segmento, não se trata apenas da gestão na produção, mas, principalmente, de se proteger do risco elevado. No industrial, alta escala, produtividade e qualidade são os principais fatores de competitividade no campo. Porém, não são mercados exclusivos, já que só a variedade é diferente. É possível que o produtor consiga ter um contrato que garanta pagar seus custos com as indústrias e que tenha margem maior de lucros, gerenciando o risco no mercado in natura.
MAIOR CONSUMO DO PRODUTO INDUSTRIALIZADO: Dados da Euromonitor indicam que a quantidade e o faturamento das vendas de batata in natura devem ter aumento de 1% ao ano entre 2016 e 2021. Já o segmento de snacks, no mesmo período, deve crescer o dobro em faturamento no varejo, e o de congelado, o quádruplo (+4% ao ano). Isso significa que a demanda por processados crescerá mais que o in natura nos próximos anos, o que demandará área de plantio maior (ou maior importação do produto industrializado).
Estas e outras informações estão na edição de outubro da revista Hortifruti Brasil. Confira o conteúdo completo, aqui.
Fonte: hfbrasil.org.br