Piracicaba, 21 – Após o setor in natura passar pela pior crise de rentabilidade (2017-2018) dos últimos 20 anos, em 2019, finalmente, bataticultores registram um ano mais lucrativo. No entanto, nem todos usufruem deste bom momento de recuperação. A crise de 2017-2018 resultou na saída de muitos produtores da atividade, com alguns em recuperação judicial e outros precisando reduzir os investimentos em 2019, por falta de caixa.
Embora a intensidade da última crise tenha sido maior do que o padrão, a bataticultura de mesa historicamente convive com os altos e baixos. Assim, os que persistiram no segmento foram justamente os que tinham uma estratégia de proteção contra preços muito baixos no mercado in natura. E a tática mais comum tem sido a diversificação na produção e a comercialização para a indústria de batata palito e chips.
Essa estratégia é coerente para os produtores de maior escala localizados no perímetro de compra da indústria. Porém, com a alta dos preços in natura em 2019, essa diversificação para a indústria, atualmente, não parece tão atrativa quanto nos últimos anos. Enquanto a indústria paga entre R$ 50,00 e R$ 65,00/ saca de 50 kg, o preço da in natura esteve, em média, a R$ 85,00/sc neste ano (até setembro).
Para o médio prazo, a perspectiva segue positiva para o mercado de mesa, fundamentada na baixa oferta de semente. Ressalta-se, contudo, que o produtor que pretende investir neste momento somente no mercado de mesa até poderá ter um rendimento maior, mas estará, sem dúvida, assumindo mais riscos.
Para quem quer manter vivo o negócio da batata no longo prazo é importante levar em conta os altos riscos que o segmento in natura apresenta. A razão desse risco é justamente a incerteza de até quando os preços de mesa seguirão elevados. Além disso, o produtor não consegue optar pela produção de indústria somente em anos ruins, tendo em vista que estas privilegiam relacionamentos de longo prazo.
É nesta perspectiva que o Especial Batata 2019 apresenta um conjunto de dados sobre custos dos principais destinos da produção do tubérculo (in natura, indústria chips e palito), fomentando o produtor a estudar estratégias de proteção dos riscos da atividade in natura e a avaliar as alternativas de diversificação, a fim de se proteger dos riscos do preço de mesa, objetivando sua manutenção no longo prazo. Para conferir o estudo completo, acesse a edição de outubro da revista Hortifruti Brasil, clicando aqui.
Fonte: hfbrasil.org.br