Piracicaba, 19 – O QUE É? Caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico na faixa equatorial, trazendo mudanças no regime de chuvas e no padrão das temperaturas. O El Niño foi oficialmente decretado em abril/23, e já no inverno ficou mais intenso, com efeitos significativos também durante a primavera, variando de forte a muito forte no segundo semestre de 2023. No entanto, o fenômeno está se enfraquecendo neste começo de 2024. Normalmente, o padrão do El Niño é de chuvas acima da média no Sul do Brasil, mas de baixo volume no Norte. Na faixa intermediária do País, que compreende o Sudeste e o Centro-Oeste, as características não são muito claras, além do fato de que há influências de outros fenômenos climáticos.
Como foi a influência em 2023? No Sul do País, houve chuvas muito acima da média. Entre junho e setembro, oito ciclones extratropicais foram registrados no Rio Grande do Sul. Na região Centro-Oeste, apesar de as chuvas terem retornado um pouco mais cedo, ainda foram muito irregulares. Os volumes pluviométricos ficaram abaixo da média entre o Norte e o Sudeste do Brasil de outubro a dezembro. Na primavera, ondas de calor intensas e recordes de temperatura foram observados em várias capitais. No Nordeste, as chuvas estiveram abaixo da média histórica no segundo semestre de 2023.
Qual é a perspectiva do EL NIÑO para 2024? Em janeiro, o fenômeno perdeu intensidade, mas as temperaturas podem continuar elevadas até o final do verão e as chuvas devem cessar, com clima mais seco em março/abril. A expectativa é de que o El Niño continue se enfraquecendo gradativamente até o início do outono, passando para uma fase neutra ao longo dessa estação. No segundo semestre, a perspectiva é que ocorra um efeito inverso do verificado no mesmo período de 2023, por conta da forte possibilidade de incidência da La Niña, com chuvas acima da média no Nordeste, mas abaixo no Sul.
Fonte: Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE); Instituto Nacional de Meteorologia (INMET); NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) e Rural Clima.
Para saber mais sobre o cenário climático de 2023/24, e seus impactos na produção de HF, acesse a edição de fevereiro da Revista Hortifruti Brasil.
Fonte: hfbrasil.org.br