Piracicaba, 10 – Na edição de agosto, a revista Hortifruti Brasil conversou com 97 leitores e produtores de frutas e hortaliças, a fim de identificar como eles estão preparando seus sucessores para assumir os negócios da família. Algumas destas histórias foram selecionadas como "mitos da sucessão familiar" e analisadas por especialistas da área.
Para o terceiro mito, a edição destacou a seguinte questão: o sucessor deve ser sempre o filho mais velho? Segundo especialistas, não é necessário concentrar em uma única pessoa da família o processo de sucessão e nem todos os herdeiros precisam ser sucessores. No entanto, é imprescindível que os pais avaliem se a renda gerada na agricultura permite absorver todos da família ou parte dela.
Mas, como escolher o sucessor? A seleção não é uma decisão do pai ou da mãe, é da família. É importante, portanto, identificar qual dos filhos tem espírito de liderança para o negócio rural. Isso pode ser observado tanto no trabalho do sucessor dentro da empresa quanto em uma atividade externa.
EXEMPLO – No caso de Kogi Fujita, produtor de cebolas e tomate de Monte Alto (SP) e Cristalina (GO), os quatro descendentes dirigem sua empresa atualmente. O processo de sucessão, segundo ele, se iniciou há muito tempo: todos cresceram na roça, acompanhando o trabalho da família e valorizando as histórias e conquistas do pai – que assumiu um pequeno sítio aos 17 anos e alavancou o negócio familiar.
Conforme Fujita, além de vivenciar o trabalho no campo, os filhos sempre foram incentivados a estudar – fator que ele considera necessário para o amadurecimento antes de os descendentes assumirem posições na empresa. Formados em diferentes áreas, cada um deles atua em um setor, o que, para o produtor, facilita na identificação dos resultados.
Para o especialista e consultor em gestão familiar Rogério Yuji Tsukamoto, essa divisão também é uma boa forma de deixar claro os direitos e deveres de cada integrante da família, evitando disputas pelo poder – maior motivo de desmembramento das empresas agrícolas.
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Fonte: hfbrasil.org.br