Piracicaba, 09 – Na edição de agosto, a revista Hortifruti Brasil conversou com 97 leitores e produtores de frutas e hortaliças, a fim de identificar como eles estão preparando seus sucessores para assumir os negócios da família. Algumas destas histórias foram selecionadas como "mitos da sucessão familiar" e analisadas por especialistas da área.
Para o quarto mito, a edição destacou um caso particular de conflito: quando os filhos, após finalizarem seus estudos, retornam à fazenda com novas ideias a respeito da produção e/ou gestão do negócio. Muitas vezes, os pais (fundadores) são resistentes a mudanças – e o sucessor também não tem a paciência e a compreensão suficientes de que a autonomia na empresa não será automática, e que ela terá que ser, muitas vezes, conquistada aos poucos.
O profundo laço emocional com a empresa, por parte do fundador, pode refletir em receio de que os herdeiros assumam o controle (mesmo que gradualmente) na tomada de decisões. Isso, segundo especialistas, aumenta o risco de perda do patrimônio. Segundo Roberto Rodrigues, produtor de tomate de Patrocínio (MG), tem sido comum os filhos abandonarem o ramo agrícola em sua região, justamente pela falta de espaço dentro do negócio dos pais.
Como resolver? É importante olhar positivamente para esta oportunidade de gerir a empresa familiar com duas ou até três gerações simultaneamente por um período. Isso porque a geração mais nova pode agregar muito ao negócio, principalmente no quesito inovação e tecnologia de produção/comércio, enquanto a geração mais velha geralmente já tem formada uma rede de contatos ao longo dos anos, o que é de grande valor para a empresa. Além disso, os mais velhos têm um conhecimento das práticas peculiares do negócio e como as coisas funcionam na realidade (algo que só se conquista com o tempo).
EXEMPLOS – Essa integração entre inovação e experiência contribui para profissionalizar a gestão familiar. Aurino Spautz, produtor de cebolas de Lebon Régis (RS), deu abertura ao sucessor e colheu bons frutos: seu filho estudou tecnologia agrícola nos Estados Unidos e, quando retornou, mecanizou parte da produção e foi pioneiro na implantação de bins – um processo de armazenamento que garante maior durabilidade para a hortaliça.
Também com o apoio do pai, produtor de tomates de Paty do Alferes (RJ), a recém-formada em engenharia agronômica Thailla Maria Costa Lisboa está estudando a viabilidade de estufas, com o intuito de melhorar a produtividade não só da propriedade dos pais, mas também de toda a região.
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Fonte: hfbrasil.org.br