Piracicaba, 18 – Toda vez que os hortifrútis são alvo de análises de resíduos de agroquímicos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), há uma calorosa discussão na mídia de que as frutas e legumes frescos produzidos no Brasil não são seguros para o consumo humano. A Anvisa possui o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), que consiste na coleta de amostras de alimentos com origem vegetal, que, por sua vez, é realizada pelas vigilâncias sanitárias estaduais e municipais em mercados varejistas, a fim de efetuar análises de resíduos de agroquímicos.
O objetivo é avaliar se os alimentos disponíveis para consumo da população estão dentro das regularidades permitidas pela legislação. Tais análises abrangem a identificação de diversos ingredientes ativos de agroquímicos, para se averiguar se estão em conformidades com a legislação vigente, isto é, se são registrados e/ou estão abaixo do "Limite Máximo de Resíduo" (LMR) permitido. No geral, quanto menor a expressão econômica da cultura, maior é o grau de irregularidade encontrado no relatório do Para.
Assim, os campeões de irregularidades nos hortifrútis são os do grupo considerado Minor Uses, ou Culturas com Suporte Fitossanitário Insuficiente (CFSI's). Esse grupo inclui os hortifrútis de menor escala de produção, como abobrinha, alface, beterraba, couve, pepino, pimentão e repolho; abacaxi, goiaba, mamão, manga e morango.
Irregularidades no nível de resíduos incluem produtos de alto índice de resíduos (acima do "LMR") e também a detecção de ingredientes ativos que não são registrados para a determinada cultura (independente do "LMR"). Avaliando com mais detalhes os resultados do Para, pode-se constatar que boa parte do alto nível de irregularidade dos hortifrútis está mais relacionada à falta de registros do que propriamente elevado índice de resíduo. E as CSFI's compõem o grupo que, no geral, tem a menor oferta de agroquímicos registrados, dada a baixa receita gerada na cadeia e o alto custo econômico de registros de agroquímicos no País.
Para conferir o estudo completo, acesse a edição de julho da Hortifruti Brasil, clicando aqui.
Fonte: hfbrasil.org.br