Piracicaba, 27 – A agricultura é um dos setores menos afetados pela pandemia, tendo em vista que todas as atividades envolvidas no processo de abastecimento de alimentos são essenciais – e, portanto, autorizadas a operar normalmente durante o período de quarentena, mesmo nas fases mais restritivas. Apesar de a sustentação do consumo ter sido importante na manutenção das vendas de HF's, outro fator colaborou para que o setor não tivesse maiores prejuízos durante este primeiro semestre de pandemia: a oferta controlada da maioria dos produtos.
No caso das hortaliças, a safra de verão teve a produtividade reduzida e o volume ofertado esteve menor, especialmente para produtos como batata, cebola, cenoura e tomate, nos meses de março a maio. Quanto às frutas, o clima prejudicou a produção e as exportações (incluindo de suco de laranja) registraram bom desempenho, limitando a disponibilidade doméstica e reduzindo a pressão sobre os preços.
Em um cenário normal, baixa oferta e demanda firme formariam o contexto perfeito para que a atividade tivesse sido altamente rentável aos hortifruticultores. Contudo, 68% dos entrevistados pela Hortifruti Brasil na edição de julho afirmaram ter a rentabilidade parcialmente ou totalmente prejudicada (ver infográfico abaixo), devido à pandemia. Isso mostra que, mesmo sendo uma atividade essencial, o setor teve suas vulnerabilidades expostas pela interrupção ou limitações das vias de comercialização (até então, sem precedentes).
Além disso, os dados refletem a opinião de produtores que comercializam sua produção para intermediários ou diretamente para os supermercados. Um dos segmentos mais afetados, os agricultores familiares, que comercializam para o mercado local, não estavam contemplados no questionário. Traduzindo-se para a realidade atual do hortifruticultor brasileiro, essa interrupção está justamente na dificuldade de distribuição a diversos segmentos da cadeia que estão ou estiveram parcial ou totalmente paralisados diante das medidas de isolamento social.
Para conferir quais foram os impactos nas cadeias de comercialização, acesse a edição de julho da Hortifruti Brasil, clicando aqui.
Fonte: hfbrasil.org.br