Piracicaba, 18 – A saudabilidade e a versatilidade do abacate – as opções de uso são diversas, tanto na culinária quanto na produção de cosméticos e de terapêuticos – são fatores que favorecem o crescimento da demanda pela fruta. E a boa procura vem tornando a rentabilidade mais atrativa, incentivando investimentos neste setor.
Segundo relatório do CBI (Centro para a Promoção de Importações de Países em Desenvolvimento), a demanda pelo abacate fica superior à oferta em boa do ano, registrando, mais recentemente, pequenos períodos de excesso de disponibilidade. A fruta tende a se tornar mais tradicional nos varejos da Europa, o que pode amenizar a velocidade do crescimento do consumo até uma possível estabilização. A demanda per capita do europeu aumentou17% de 2019/20 para 2020/21, segundo a revista FruitTrop, atingindo 1,4 kg/ano. Nos Estados Unidos, o consumo per capita chega a quase 4 kg/ano e no Canadá, a 3 kg/ano. Já os mexicanos consomem entre 6,5 e 7 kg/ano.
Relatório Agricultural Outlook 2021-2030, da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), mostra que o abacate deve se tornar a segunda fruta tropical mais comercializada até 2030, atrás apenas da banana, ultrapassando o abacaxi e a manga. Entre 2010 e 2030, a produção mundial da fruta deve triplicar, impulsionada pelos avanços no Peru, Colômbia e Quênia.
O ABACATE TROPICAL E O AVOCADO
No Brasil, o abacate tropical e o avocado (que tem sabor, casca, tamanho e outras características diferentes das do tropical) são os dois principais produzidos, e os preços de comercialização destas variedades são bem distintos.
Enquanto o abacate tropical chegou a ser negociado nas Ceasas do Brasil em 2022 a R$ 5,30/kg, o avocado atingiu R$ 13,35/kg, conforme dados do ProHort. Essa forte diferença está relacionada à oferta – a disponibilidade de avocado no Brasil ainda é restrita. Além disso, os custos de produção do avocado são superiores aos do tropical.
Diante disso, é evidente que o consumo nacional seja concentrado no abacate tropical, mas esse cenário pode se alterar, tendo em vista que a Abacates do Brasil estima aumento na produção de avocado – o que pode levar a uma diminuição na diferença entre os valores e atrair consumidores. E o maior investimento no avocado ocorre tanto por parte de produtores tradicionais de abacate e de outras frutas, quanto por estrangeiros, que veem potencial no Brasil.
Para saber mais sobre a cultura do abacate, não deixe de ler a edição de abril da Revista Hortifruti Brasil.
Fonte: hfbrasil.org.br