Piracicaba, 27 – Das cinco estruturas de custos de produção avaliadas no Especial Batata 2021, apenas a grande escala de produção de Vargem Grande do Sul teve uma margem de lucro (preço unitário em comparação com o custo médio total de produção) "mais folgada". Para a safra das águas 2021/22 no Sul de Minas Gerais, tudo indica que, mesmo com elevados preços de comercialização da batata, será bem mais difícil para o produtor conseguir uma margem positiva, diante dos custos de produção em alta – será necessário que o tubérculo seja comercializado, no mínimo, nos mesmos patamares verificados na última safra das águas 2020/21.
Nas regiões que produzem batata para o mercado de mesa, a média escala de produção em Vargem Grande do Sul na safra de inverno 2021 (julho a outubro) teve os Custos Totais estimados em R$ 66,76/sc, de 50 kg, 9% acima do preço médio de negociação e ponderado pela produção, de R$ 72,77/sc de 50 kg. Para a grande escala da região paulista, o resultado foi melhor, dado que esse modelo de produção tem custos mais enxutos, graças ao maior uso de mecanização e da integração nos processos de produção da semente e beneficiamento. Com base nos preços coletados pelo Hortifruti/Cepea, na safra de inverno 2021, a margem média da grande escala de produção esteve 39,4% acima dos Custos Totais em 2021, calculados em R$ 52,22/sc de 50 kg. Nos dois modelos de produção, a produtividade média foi de 800 sc/ha.
No Sul de Minas Gerais, infelizmente, a alta do custo foi muito maior que o preço médio recebido pelo produtor. De julho a outubro (parcial), os valores de comercialização da batata ficaram em R$ 74,44/sc de 50 kg, 12,2% abaixo dos custos de produção, calculados em R$ 84,80/sc de 50 kg, para uma produtividade de 600 sacas por hectare. Aqui ressalta-se que, se o rendimento tivesse permanecido semelhante ao do ano passado (de 800 scs/ha), o custo seria menor, de R$ 63,60/sc de 50 kg, e o produtor, portanto, teria um ganho positivo, de 17%. Para a temporada das águas 2021/22 no Sul de Minas Gerais, se os preços no decorrer da safra seguirem nos mesmos bons patamares de 2020/21, ou seja, na média de R$ 103,79/sc de 50 kg, estes superariam em 16,5% o custo de produção estimado atualmente com base no orçamento apurado neste estudo, que foi de R$ 89,09/sc de 50 kg, para a mesma produtividade do ano passado (700 scs/ha).
Para o produtor que fornece para a indústria, as geadas em julho intensificaram os prejuízos, já que os preços de venda do tubérculo são pré-fixados em contrato. Assim, diante da perda de produtividade, houve aumento dos custos de produção unitários, sem incremento no valor de venda da batata. Na média da temporada (julho a outubro), a indústria de chips pagou ao produtor em torno de R$ 70,00/sc de 50 kg, 10,7% abaixo dos Custos Totais de produção, calculados em R$ 78,41/sc de 50 kg.
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Fonte: hfbrasil.org.br