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Piracicaba, 24 – Uma intensa frente fria chegou ao País nos últimos dias, baixando as temperaturas e levando chuvas às regiões Sudeste e Centro-Oeste, além de granizo, geada e até neve ao Sul – local que já havia sido afetado por tempestades e até tornados na sexta-feira retrasada (14). Mas, quais os impactos destes eventos climáticos às produções de frutas e hortaliças? Confira as informações iniciais coletadas pela equipe do Hortifruti/Cepea na última semana (17 a 21/08):
MAÇÃ: Segundo agentes consultados, por enquanto, não há impacto negativo para a produção de maçã. Isso porque o frio é importante no atual período de desenvolvimento dos pomares (dormência). A princípio, mesmo com neve e granizo, produtores das praças do Sul afirmaram que os fenômenos não seriam capazes de impactar no desenvolvimento das macieiras.
MELANCIA: Nos últimos dias, produtores do Rio Grande do Sul estavam preocupados com o frio, principalmente por conta das lavouras que já foram transplantadas. As que ainda não foram, por sua vez, podem ter as atividades postergadas (para após a passagem da frente fria). No geral, tanto pelo atraso do transplantio quanto pelo frio (que retarda a maturação), o calendário/ciclo da cultura deve se estender.
TOMATE: Segundo agentes, de forma geral, a produção de tomate não foi afetada pelo clima frio. Os efeitos mais negativos foram registrados no Sul de Minas Gerais.
UVA (MESA): No Paraná, os produtores estavam preocupados com o clima mais frio, por conta das podas, e com as chuvas. Assim, a perspectiva é que o ciclo se estenda um pouco. No entanto, os impactos à produção ainda são incertos.
BANANA: Já impactada pelo ciclone extratropical que atingiu Santa Catarina no início de julho, a produção de banana também foi afetada por granizo em alguns municípios, na semana passada. Assim, a qualidade dos cachos formados foi comprometida e houve desfolha de bananeiras que estavam com brotações. Produtores também relataram danos na infraestrutura das propriedades. A oferta, que já seria menor, devido ao ciclone, pode ser ainda mais, pois a recuperação da área vai ser retardada pelo frio. Em outras regiões produtoras do Sudeste, a preocupação é com chilling nas bananas.
CEBOLA: O frio não é tão prejudicial neste período de desenvolvimento, porém, segundo produtores, perdas pontuais poderiam ocorrer em algumas áreas, a depender da intensidade dos fenômenos climáticos.
DEMANDA: Vale lembrar que, além dos impactos à produção, o clima frio e chuvoso também inibe o consumo de algumas frutas e hortaliças. Na semana anterior, produtos como alface, melão, maçã e melancia registraram menor demanda por este motivo.
VEM MAIS FRIO POR AÍ? – Nesta semana (24 a 28/08), segundo a Climatempo, as temperaturas devem se elevar gradualmente (sendo mais baixas durante a manhã e à noite, com predomínio de sol à tarde), já que a massa de ar polar que está sobre a região Sul perde força com o passar os dias. Assim, a previsão para os próximos dias é de tempo aberto, sem chuva para praticamente todo o País.
Também conforme a Climatempo, ainda há possibilidade de gear no Sul, mas apenas nas regiões serranas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Já no Nordeste e em alguns estados do Sudeste (na costa), há previsão de chuva para este início de semana (23 a 26/08), com a aproximação de um ciclone subtropical – que pode aumentar os ventos nas áreas litorâneas do Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro.
A equipe Hortifruti/Cepea segue acompanhando os efeitos climáticos nas principais regiões produtoras de hortifrúti do Brasil.
Fonte: hfbrasil.org.br
