Piracicaba, 25 – A edição de março da revista Hortifruti Brasil demonstrou que a presença das frutas nos gastos domésticos com alimentação, segundo a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), do IBGE, subiu de 3,2% em 2008, para 3,5% 2018, resultado das maiores despesas com outras frutas além da banana, maçã e a laranja. Para os legumes e verduras, a participação ficou praticamente estável, passando de 2,3% (POF-2008) para 2,4% (POF-2018). Apesar de o percentual dos gastos não ter se reduzido, o consumo médio de frutas e hortaliças caiu, no geral. Isso sinaliza que o brasileiro adaptou seu consumo para manter sua despesa média com hortifrútis nos lares, diante do aumento dos valores desses produtos nesse período.
Entre as POFs de 2008-2009 e 2017-2018, o brasileiro não mudou muito sua preferência por hortaliças. O tomate seguiu como o primeiro mais consumido, seguido pela batata, cebola e cenoura. Das hortaliças acompanhadas pela Hortifruti Brasil, a alface foi a única que recuou de posição, passando da 7ª para 8ª mais consumida em 10 anos. Foi verificada queda no consumo per capita de praticamente todas as hortaliças, o que resultou em diminuição do consumo total, que passou de 24,87 quilos em 2008 para 22,1 quilos em 2018 (retração de 11%). Apenas a batata-inglesa teve consumo estável em 10 anos, enquanto a batata-doce teve forte alta, passando de 640 gramas per capita em 2008 para 1,24 quilo em 2018. Uma explicação para o crescimento da batata-doce é a popularização do produto em dietas. Isso mostra também que, mesmo diante da redução de alimentos frescos, a população se mantém atenta ao bem-estar.
Quanto às frutas, de 2008 para 2018, dados da POF mostram redução de 8% no consumo per capita, passando de 28,86 quilos para 26,41 quilos. A queda verificada foi menor que a para hortaliças, suavizada pelo avanço de algumas frutas, como a manga, o melão e o limão, que também subiram no ranking de produtos mais consumidos em 10 anos. A elevação no consumo dessas frutas pode estar ligada à maior disponibilidade dos últimos anos, devido ao aumento de área de cultivo e aos progressos em tecnologia, que vêm favorecendo a produtividade. Mesmo com o crescimento no consumo, as mais populares seguem sendo a banana, laranja, melancia, maçã e mamão.
A uva, por outro lado, foi o único produto acompanhado pela Hortifruti Brasil que teve sua posição reduzida em uma década – enquanto em 2008 era a nona mais consumida, em 2018 caiu para a 11ª posição. Vale apontar que, em 2008 e 2009, a renda do brasileiro foi favorecida, em contrapartida com o começo da crise no restante do mundo, estimulando o mercado interno, especialmente para as frutas de maior valor agregado, como a uva. Porém, com cenário econômico mais restritivo a partir de 2014, o consumo desta fruta pode ter sido limitado.
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Fonte: hfbrasil.org.br e IBGE