Piracicaba, 14 – Quer saber quais hortifrútis tiveram as maiores altas e desvalorizações em agosto frente a julho/17? Confira nosso ranking de agosto, que contabilizou os resultados dentre os 13 produtos acompanhados pelo Hortifruti/Cepea. Os valores se referem tanto à comercialização no atacado paulistano (Ceagesp), quanto nas regiões produtoras.
Em relação a julho, o mês de agosto registrou seis altas e sete quedas dos preços dentre os 13 produtos. Contudo, no caso dos HF’s que se valorizaram, a variação não foi tão significativa, permanecendo abaixo dos 10% (exceto no caso do mamão havaí). Confira o motivo das maiores variações e as perspectivas para setembro:
ALTAS
1° MAMÃO HAVAÍ (BA): Maior valorização de agosto, o mamão havaí do Sul da Bahia registrou menor disponibilidade naquele mês. Contudo, o aumento das cotações não foi suficiente para cobrir os custos de produção estimados por produtores, ficando 24% abaixo. Este aumento poderia ter sido até maior, limitado apenas pela baixa comercialização interna – se comparados aos do mesmo período de 2016, por exemplo, os preços da variedade estão 76% inferiores. Para setembro, com o aumento das temperaturas, tanto a demanda quanto a oferta de havaí podem se elevar em algumas semanas específicas. Com isso, é possível que as exportações da fruta também se intensifiquem, já que a baixa remuneração no mercado doméstico pode incentivar os embarques, além de coincidir com o período de redução da produção europeia.
2° BATATA (ÁGATA): Inverso ao cenário de julho, quando registrou a maior queda de preço dentre os hortifrútis acompanhados pelo Hortifruti/Cepea, a batata se valorizou em agosto, em decorrência do menor volume ofertado em algumas regiões, como o Sudoeste Paulista. Porém, os valores mais altos não amenizaram o cenário de preços abaixo dos custos de produção naquele mês (4,32% inferiores aos de julho). Para setembro, com a perspectiva de que a colheita da safra de inverno siga intensa, as cotações devem se manter abaixo dos custos de produção. Vale ressaltar, ainda, que a produtividade de batata vem aumentando no decorrer desta temporada, devido às melhores condições climáticas no desenvolvimento das lavouras.
3° UVA (NIAGARA): Embora inferiores às do mesmo período de 2016, as cotações de uva niagara estiveram entre as três maiores valorizações de agosto. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, a procura pela variedade possibilitou o escoamento da produção de Pirapora (MG) naquele mês, o que refletiu em aumento dos preços nos atacados. Como as atividades de campo estão intensas desde o final de agosto, o volume ofertado, em setembro, deve ser maior.
QUEDAS
1° ALFACE (AMERICANA): Pelo segundo mês consecutivo entre as maiores quedas, a alface se desvalorizou em agosto, em função da elevada oferta nacional do produto. Com o clima favorável à produção (fresco e seco), a produtividade se manteve satisfatória naquele mês. Atrelado a isso, a demanda esteve mais baixa, em decorrência do inverno, quando o consumo das folhas é historicamente menor. Assim, foram registradas sobras de alface nas roças. Para setembro, o cenário de boa produtividade deve se manter, uma vez que não há previsão de mudanças significativas no clima.
2° TOMATE (SALADA 2A): Da terceira maior valorização de julho, diretamente para a segunda maior queda de agosto, o tomate salada 2A foi impactado pela maior oferta. Isso porque, com as altas temperaturas no decorrer de agosto, a maturação do fruto se acelerou, aumentando a disponibilidade do produto nos atacados. O volume também esteve mais elevado em função da entrada de tomates rasteiros de Goiás no mercado paulista. Além disso, a demanda enfraquecida, em função da fraca economia do país, prejudica ainda mais a rentabilidade. Para setembro, a oferta pode ser menor, em função da redução no ritmo de colheita da primeira parte da safra de inverno e do início, ainda pouco expressivo, da segunda parte. Neste cenário, os preços podem reagir.
3° MANGA (TOMMY): Pelo segundo mês consecutivo entre as quedas, a manga tommy teve elevação em sua oferta no mês de agosto. Além da intensificação da colheita no Vale do São Francisco (BA/PE), no mês passado, também foi iniciada em Livramento de Nossa Senhora (BA). Este cenário, somado à demanda limitada (as exportações aos Estados Unidos ainda não ganharam ritmo) resultaram na forte desvalorização da variedade. Para setembro, a oferta ainda deve ser elevada, porém a queda nas cotações pode ser amenizada pela intensificação das exportações aos EUA - setembro e outubro são picos de envios ao país norte-americano.
Quais as suas apostas para setembro? Acompanhe as análises de mercado semanais no site HF Brasil e aguarde os resultados do próximo ranking!
Fonte: hfbrasil.org.br