Piracicaba, 14 – O mercado brasileiro de maçãs é composto por um calendário de exportações no primeiro semestre e de importações no segundo. Além disso, é bastante comum que este mercado encerre o ano com a balança comercial negativa, ou seja, com mais entrada da fruta do que saída, como destacado no gráfico abaixo.
E, em 2019, não foi diferente: com um déficit de US$ 25,7 milhões, a balança fechou ainda mais negativa do que em 2018, quando foi de US$ 17 milhões. Isso porque houve forte recuo de 19% na receita adquirida com os embarques brasileiros e de 20% no volume frente a 2018. Esse desempenho foi resultado, em parte, da menor oferta da maçã gala, variedade mais exportada pelo País – a qual, segundo agentes, corresponde a cerca de 85% dos envios. Além disso, no ano passado, os estoques europeus estavam bastante elevados, o que diminuiu os pedidos de países como Rússia (-39%), Irlanda (-49%) e Portugal (-24%) e Reino Unido (-35%).
Já no caso das importações, apesar da alta de 4% no volume recebido, os gastos foram 2% menores. O curioso, em 2019, foram as alterações na participação do Chile e da Argentina no fornecimento ao Brasil. Enquanto o primeiro reduziu seus envios ao País em 47%, em função de queda na produção, redução de área e maior direcionamento das exportações para a Ásia, a Argentina registrou alta de 37% nos envios – passando a ser o principal fornecedor de maçãs em 2019, responsável por 36% do volume importado pelo País, bem superior à participação chilena, de 25%.
Para 2020, ainda é cedo para estimar o comportamento das exportações neste primeiro semestre. Isso porque boa parte dos contratos deve ser firmado apenas com o início da colheita da safra 2019/2020 (em fevereiro), quando as classificadoras terão maior certeza sobre o volume e o perfil (calibre e categoria) da fruta disponível.
Fonte: hfbrasil.org.br