Piracicaba, 04 – O mês de maio fechou com baixa nas cotações de mamão nas principais regiões produtoras do País. No Norte do Espírito Santo, por exemplo, as variedades formosa e havaí foram comercializadas por valores menores aos observados em abril – os registros do Hortifruti/Cepea indicam queda de 56% e 30%, respectivamente.
Apesar da controlada disponibilidade da fruta naquele mês, devido ao clima ameno, diversos fatores afetaram as vendas no período – ora por influência do calibre, ora por conta do padrão fitossanitário. Destaca-se, ainda, que enquanto o calibre limitou apenas os preços do formosa, o último entrave citado afetou ambas as variedades, pois as chuvas voltaram a ser frequentes nas roças em maio.
De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o volume registrado superou a normal climatológica em algumas regiões produtoras no mês passado. Em Linhares (ES), choveu cerca de 111 mm no acumulado, sendo que o esperado era de 57,7 mm para maio. Porém, houve relatos de que as precipitações foram mais distribuídas, assegurando melhor qualidade frente aos meses anteriores – apenas houve maior incidência de doenças fúngicas e viroses em lavouras velhas, que são mais suscetíveis às intempéries climáticas.
Vale lembrar que, do mesmo modo, a demanda enfraquecida continuou impactando as cotações – o que gerou acúmulo de frutas nas centrais atacadistas. Para a variedade formosa, especialmente, manchas fisiológicas, mesmo que pontuais, também foram observadas, restringindo as vendas. Ainda, a paralisação dos caminhoneiros, no fim de maio, desorganizou o setor e resultou em perdas de frutas nos transportes e nas lavouras.
Em contrapartida, os preços registrados estiveram superiores na parcial do ano (janeiro a maio/18). Neste período, o havaí foi comercializado com média de R$ 1,63/kg no Norte do Espírito Santo, valor 163% superior frente aos mesmos meses do ano passado. Já o formosa foi vendido por R$ 0,78/ kg, alta de 44% na mesma comparação.
Este resultado pode ter sido influenciado pela nova queda da área produzida – especialmente para o havaí, que obteve baixos preços no ano passado e desestimulou novos investimentos – e pelo período de "pescoço" nas principais regiões produtoras, em março, que estimulou o aumento considerável de preços naquele mês.
Fonte: hfbrasil.org.br e Inmet